domingo, 24 de maio de 2020

PARAGUAY X COVID-19



Por J.J. Abdala - Articulista aos domingos


O querido Paraguai, país de pouco mais de 7 milhões de habitantes, de diferentes nacionalidades, foi o primeiro país da América do Sul, a fechar suas fronteiras para assim tentar barrar ou até mesmo inibir a propagação da Covid-19 em seu território.
As políticas de governo adotadas no Paraguai por ordem presidencial são bem diferentes das adotadas em seu vizinho o Brasil, apesar de ter mais de 700 km de fronteira com o Brasil, o Paraguai está completamente isolado dos demais países.
 Uma postura rígida por parte do seu chefe maior, ou seja, o Presidente da República, em tomar medidas que por muitos são até vistas como abusivas e autoritárias, tem ajudado em muito na elucidação e em conter o vírus, a maior dificuldade do país e sua maior preocupação são suas fronteiras, porém a população do país tem colaborado em grande parte. Estão tendo o discernimento apesar de suas privações impostas pelo governo. 
O Paraguai é um país pobre, com poucos recursos financeiros, mas que está dando um exemplo de como combater este vírus que hoje é um problema mundial, e assola rompendo fronteiras. 
Uma equipe foi formada junto ao gabinete presidencial com o gabinete do ministério da saúde que vem adotando as medidas cabíveis e oportunas para enfrentar e tentar frear a propagação do vírus no país.  
Com fronteiras fechadas há praticamente 60 dias, barreiras sanitárias em pontos exatos de grande circulação, com o apoio da população em geral, algo que é muito difícil neste momento, levando em conta que o Paraguai é uma referência mundial como roteiro de turismo de compras, tendo cidades conhecidas e que fazem fronteiras com o Brasil, é uma missão bem ousada por parte de suas autoridades, que vem trabalhando em conjunto com a sociedade civil, tomando medidas cautelares como fechamento total do comércio local, portos e aeroportos fechados, a famosa ponte da Amizade, hoje vista como praticamente a ponte da Discórdia entre Brasil e Paraguai, já que seus governantes pensam de formas totalmente contrárias, enquanto o Paraguai mantém suas fronteiras fechadas, seus comércios fechados, um rígido toque de recolher, seu vizinho o Brasil segue uma linha contrária.
Como costumo dizer em meus artigos aqui publicados, não gosto de dar números e estatísticas, pois não é o meu objetivo, isso não é um artigo científico e sim uma posição pessoal e uma opinião própria da atual realidade da qual nos encontramos, ou melhor, nos deparamos.
Uma pandemia que não imaginávamos não tinha ideia do estrago e de sua velocidade de contágio, algo invisível que paira pelo ar, o paradigma da doença em si é controverso.
Talvez tenhamos até mesmo ignorado sua dimensão, sua chegada aos trópicos dado um sentido Pífio ao vírus que não rogado faz vítimas sem escolher classe social, raça ou cor, e está sendo letal para muitos.
Nas palavras do senhor Presidente do Paraguai, Mário Abdo Benítez na Assembleia Geral da OMS na última semana, ele deixa muito claro, alguns pontos,” Que nenhuma decisão teria efeitos sem o respaldo e a colaboração de todo o povo paraguaio, que vem agindo de forma madura e disciplinada’’.  
Acrescentou ainda que não pensa na reabertura das suas fronteiras, muito menos das escolas e universidades, e fez uma comparação” Este vírus nos iguala, e nos ensinou que entre todos está à solução e que a solidariedade despreza ao individualismo’’.
 Assim com esta mensagem do senhor Mandatário do Paraguai me despeço e rogo a todos a coerência de decisões assertivas no combate ao nosso maior inimigo no momento.”
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J.J. Abdala, é articulista deste jornal on-line e escreve aos domingos. Reside no Paraguay. É graduado em Direito, ex-diplomata e Licenciado em comércio internacional e Ciências Políticas na Universidade Católica Nuestra Señora de La Asuncion.

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