Por FOLHAPRESS
"A OMS declarou que América Latina é o novo epicentro da pandemia"
BRUXELAS,
BÉLGICA - “A América Latina é o novo epicentro da
pandemia de coronavírus e o Brasil é o país mais preocupante,
disse nesta sexta (22), em entrevista pela internet, Michael Ryan,
diretor-executivo da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Com
1.188 novas mortes por coronavírus nas 24 horas entre quarta (20) e
quinta (21), segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil bateu
novo recorde de mortes diárias e passou de 20 mil óbitos. É o
terceiro com mais casos no mundo, 310.087 casos confirmados até
quinta, atrás dos EUA e da Rússia.
Estimativas
também divulgadas nesta sexta pelo Imperial College indicam que a
transmissão da doença continua acelerando no Brasil. A taxa de
contágio (Rt), que indica para quantas pessoas em média cada
infectado transmite o coronavírus, foi calculada em 1,3 (quando está
acima de 1, a transmissão está fora de controle).
O
centro de epidemiologia da universidade, referência no
acompanhamento de doenças transmissíveis, calcula que 6.980 mortes
ocorram nesta semana, variando de 5.850 a 8.070. O número estimado é
o maior número entre os 54 países com transmissão ativa (ao menos
cem mortes registradas desde o começo da pandemia e pelo menos dez
mortes nas últimas duas semanas).
Em
segundo lugar está o Reino Unido, com 2.400 mortes na semana, mas
com uma taxa de contágio de 0,84, o que mostra a transmissão sob
controle. Os Estados Unidos não entraram nesta edição porque foram
objeto de um estudo em separado, com comparações entre seus
estados.
Sobre
o estado da pandemia no Brasil, Michael Ryan afirmou que, embora o
maior número de casos seja em São Paulo, a situação mais séria é
a do Amazonas, que tem o maior número de casos em relação à
população.
O
diretor-executivo mencionou espontaneamente a aprovação pelo Brasil
do uso de cloroquina para o tratamento de Covid-19 e ressaltou que
não há evidências de que o medicamento seja eficaz para combater a
doença. A OMS apoia o uso de cloroquina apenas em estudos clínicos
em hospital, e sob acompanhamento médico.
Ainda
respondendo à pergunta sobre o Brasil, a líder técnica da OMS,
Maria van Kerkhove, afirmou que os países devem ficar atentos para o
fato de que há grupos vulneráveis, com menos acesso a tratamentos
de saúde e menos informações, e que governos precisam garantir que
todos possa ser testados e tratados caso estejam contaminados pelo
coronavírus.”
Fonte: mundo ao minuto
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