ex-presidente Michel Temer e o atual Bolsonaro |
Por Otávio Guedes
Vamos contar a história com calma. Num domingo à noite, numa entrevista para a TV Bandeirantes, Bolsonaro pregou o fuzilamento do presidente Fernando Henrique Cardoso e o fechamento do Congresso Nacional.
A esquerda e o presidente Fernando Henrique trataram Bolsonaro com o desdém de sempre. Simplesmente ignoraram aquele que viam um deputado do baixíssimo clero sem perspectiva de poder. Hoje, pode-se dizer: um Tiririca Raivoso. Na segunda-feira, a reação veio do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, o ACM.
"Não vi a entrevista e não tenho por que ver ver essas loucuras, mas, se o deputado confirmar tais declarações, deveria ter seu mandato cassado ", defendeu ACM.
Pulamos para terça-feira. Temer entrou em campo para salvar Bolsonaro, entre outras razões, para contrariar ACM. Ele achou uma intromissão o presidente do Senado dar palpite no seu território. O corregedor da Câmara, Severino Cavalcanti, foi quem executou a absolvição de Bolsonaro. (Daqui a pouco a gente volta para lembrar quem é esse personagem). A ideia de Temer e Bolsonaro foi a mesma de agora: uma carta salvadora.
No texto da carta entregue a Temer, Bolsonaro se retrata sobre o tom das declarações e pede desculpa pelos excessos. Resumo da história: não houve cassação. Mais curioso ainda é o que relata o repórter Rudolfo Lago, na edição de O Globo de 26 de maio de 1999. "Temer está repetindo exatamente o que já fez há quatro anos o ex-presidente da Câmara Luís Eduardo Magalhães, que advertiu Bolsonaro quando ele também pediu o fechamento da Câmara."
Luís Eduardo Magalhães é filho de ACM. Já o corregedor Severino Calvalcanti mais tarde se tornou presidente da Câmara. Não completou o mandato porque descobriu-se que ele cobrava propina, um mensalinho de um restaurante que funcionava dentro da Câmara. O então deputado Gabeira, que foi um das vozes mais ativas pela derrubada de Cavancanti. não lembra do valentão Bolsonaro na luta. Gratidão se paga com gratidão.
Dizem que a história se repete como farsa. Mas, no caso de Bolsonaro, se repete como covardia mesmo.”
Fonte: whatsApp
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