Por Notas & Informações - Estadão
"Excluídos os casos extremos da Argentina e da Turquia, o Brasil vem registrando a maior inflação entre as 20 maiores economias do mundo (G-20). E vem também mostrando um avanço dos preços mais acelerado do que a grande maioria desses países. De acordo com levantamento publicado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a inflação do Brasil teve, entre julho e agosto, a segunda maior alta do G-20.
A inflação brasileira em 12 meses passou de 9,0% para 9,7%. Essa alta de 0,7 ponto porcentual, igual à registrada pela França (de 1,2% para 1,9%), só é menor, entre os países do G-20, do que a de 0,9 ponto observada no Reino Unido (de 2,1% para 3,0%), em razão da crise de abastecimento causada pelo Brexit (a saída da União Europeia).
No G-20, a maior inflação em 12 meses é a da Argentina, de 51,4% em agosto – variação igual à de julho, depois de nove altas consecutivas –, reflexo dos graves problemas econômicos que o parceiro brasileiro no Mercosul enfrenta há anos; a segunda é a da Turquia (19,2%).
Na média, a inflação no G-20 registrou pequena redução, de 4,6% em julho para 4,5% em agosto, movimento inverso ao observado no caso da inflação brasileira.
Destacado entre as principais economias do mundo quanto à inflação, o Brasil vem ficando atrás na recuperação econômica, com crescimento menor do que a maioria dos demais países em 2021 e com projeções ainda mais modestas para 2022.
É um quadro ao qual, quando comparado com o de outras economias desenvolvidas e em desenvolvimento, devem ser acrescentados índices igualmente preocupantes, como alta taxa de desemprego, taxa de investimentos menor do que a média histórica já baixa para os padrões mundiais e incertezas nas áreas fiscal e política.
Há ainda componentes no cenário internacional que impulsionam os preços em escala mundial e, obviamente, sobre os quais um país isoladamente tem pouco, ou nenhum, poder para controlar.
A inflação média nos países que pertencem à OCDE vem subindo desde dezembro (entre julho e agosto deste ano passou de 4,2% para 4,3%). O responsável por isso tem sido o preço dos combustíveis. O preço do petróleo tem alcançado seu nível mais alto em muitos anos. Também os alimentos estão mais caros."
Fonte: Estadão
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