O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros, disse em entrevista à CBN que Bolsonaro será acusado por 11 crimes cometidos ao longo da pandemia.| Foto: Roque de Sá/Agência Senado |
Por Olavo Soares / Brasília, Gazeta do Povo
"O relator da CPI da Covid do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou nesta sexta-feira (15) que o texto final da comissão vai pedir o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro pela suposta prática de 11 crimes. A fala foi feita por ele em entrevista à Rádio CBN. O documento também pode propor o indiciamento de quatro ministros: Wagner do Rosário (Controladoria-Geral da República), Onyx Lorenzoni (Trabalho), Marcelo Queiroga (Saúde) e Braga Netto (Defesa).
Os crimes mencionados por Renan são:
1.Epidemia;
2.Infração de medidas sanitárias;
3.Emprego irregular de verba pública;
4.Incitação ao crime;
5.Falsificação de documento particular;
6.Charlatanismo;
7.Prevaricação;
8.Genocídio de indígenas;
9.Crimes contra a humanidade;
10.Crimes de responsabilidade;
11.Homicídio por omissão.
A inclusão dos 11 crimes no relatório é defendida por Renan, mas não encontra consenso entre os demais senadores da cúpula da CPI, todos integrantes da oposição a Bolsonaro. Os membros da comissão ainda definirão detalhamentos do texto ao longo do fim de semana. A expectativa é que o relatório seja tornado público na segunda-feira (18), quando a CPI fará sua última sessão de depoimentos, tenha sua leitura formal na terça (19) por Renan e, na quarta (20), seja submetido a votação — o dia marcará o encerramento dos trabalhos da CPI.
Também na entrevista à CBN, Renan disse que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o coronel Élcio Franco, ex-"número dois" da pasta, devem figurar entre os indiciados. Pazuello comandou o ministério por cerca de um ano, intervalo que incluiu os períodos mais severos da pandemia, como o colapso na rede de saúde do Amazonas. A crise no estado foi um dos fatores que levou à instalação da CPI, em abril.
Renan falou também que o relatório pode trazer indiciamentos de dois filhos do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Ambos, segundo o parlamentar, seriam líderes de um esquema de disseminação de notícias falsas que prejudicou o combate à pandemia.
Pelo mesmo episódio, poderão ser indiciados os empresários Luciano Hang e Otávio Fakhoury. Os dois foram à CPI e reiteraram apoio ao governo Bolsonaro, mas rejeitaram integrar qualquer sistema de fake news."
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Fonte: Gazeta do Povo
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