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Por Ana Laura Queiroz - EM
"Infectologistas consideram a possibilidade de surgimento de outra onda de contaminações pelo coronavírus no Brasil, após o recente aumento dos casos da doença respiratória na Europa, o surto que levou ao confinamento de quase 30 milhões de pessoas na China e a descoberta da variante Deltacron, a cepa mista AY.4/BA.1, combinação de duas linhagens já conhecidas do coro- navírus. Contudo, qualquer afirmação sobre uma fase de recrudescimento da COVID-19 no país seria precipitada.
Na terça-feira, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou que foram identificados dois casos da Deltacron, no Amapá e no Pará. Ontem, o ministério israelense da Saúde anunciou ter detectado dois casos de contágio por uma variante não identificada do coronavírus. No Brasil, ainda é cedo para conclusões sobre uma nova onda da infecção viral, na avaliação do infectologista Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia e membro do Comitê de Combate a COVID-19 em Belo Horizonte.
“O Brasil está com um cenário um pouco diferente porque ele tem um pouco mais de vacinados e adoecidos que a China”, analisa.Para Urbano, o que pode preocupar é se, eventualmente, a nova variante tiver a capacidade de suplementar a imunidade gerada pelo grande número de infecções que se confirmaram no início do ano no país. “Ainda precisamos pesquisar e entender a tendência do espalhamento dessa cepa”, afirma.
O infectologista Geraldo Cunha, professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), afirma que tendo em vista a prevalência muito pequena no mundo da Deltacron, isso sugere capacidade que não seria muito transmissível da mutação.
“O fato de ter poucos casos identificados no mundo é que dá pra falarmos isso”, diz.Até ontem, foram registrados 47 casos da cepa no planeta, dos quais 36 descobertos na França. “Isso é uma questão que nos deixa um pouco mais tranquilos. Ela parece não apresentar grande risco nos rumos atuais da pandemia”, observa. Geraldo Cunha e Estevão Urbano acreditam que alguns estados estão se precipitando ao liberar a população do uso da máscara de proteção facial, inclusive em locais fechados.
“Temos municípios completamente desnorteados, como o Rio de Janeiro, que liberou a máscara em todos os lugares. Isso é muito prematuro e muito arriscado”, alerta Cunha. Para Urbano, a liberação das máscaras em locais abertos é seguro, mas ainda não é o momento de relaxar as medidas em ambientes fechados. “O mais importante agora é liberar, se for o caso, somente em locais abertos.
Todo o restante ainda é precipitado.” Em Belo Horizonte, o uso do acessório em locais abertos já é permitido desde o último dia 4. No estado, o governador Romeu Zema (Novo) anunciou o fim da obrigatoriedade do acessório em locais abertos como orientação para que os prefeitos municipais tomem a decisão."
Fonte: Estado de MInas
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