Cantora Pablo Vittar no evento - show do Lollapalooza |
Por Lilia Schwarcz - Historiadora
"Para quem fala tanto em “liberdade de expressão”, Bolsonaro e seu atual partido, o PL, não mostraram qualquer apego a ela. O partido do presidente acionou o Tribunal Superior Eleitoral neste sábado contra a organização do festival Lollapalooza por suposta propaganda eleitoral irregular.
De acordo com a representação, na noite desta sexta-feira, durante as primeiras apresentações, artistas como Pabllo Vittar e Marina se manifestaram politicamente contra Bolsonaro e a favor de seu principal adversário, com ampla repercussão na mídia.
Dizem os advogados tratar-se "de um show, em absoluto desabono ao pré-candidato Jair Bolsonaro" e que faz propaganda antecipada em favor de Luiz Inácio 'Lula'. Seria portanto propaganda eleitoral irregular.
Tudo errado. Em primeiro lugar, o presidente se encontra em campanha para a reeleiçãa desde que foi eleito. Não tem moral alguma. Em segundo, nenhum artista foi pago para falar bem ou mal (e vejam que hoje Emicida também levantou a galera contra Bolsonaro). Terceiro, não é a primeira vez que, em shows públicos presidentes são motivo de crítica. Na época da Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil, Dilma Rousseff foi xingada de todas maneiras e (ademais) estava presente no estádio. Nem por isso deu queixa ou coibiu a liberdade de expressão. Governo autoritário é assim mesmo: critica quando julga ter sua liberdade cerceada e se sente lesado, mas não tem pejas ao tolher a liberdade dos seus cidadãos. Me junto à grita geral no Lollapalooza: “fora Bolsonaro”."
Fonte:
Lilia Schwarcz, no Instagram
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