Hoje (28) Dia Latino Americano de
Descriminalização do Aborto com o lançamento do documentário
Clandestinas, da diretora Fádhia Salomão com apoio da SOF e
da Women’s
Health Coaltion.
O
filme faz um pequeno panorama da situação das mulheres que abortam ilegalmente no Brasil. Misturando experiências reais e
atrizes interpretando textos de mulheres anônimas que decidiram
interromper a gravidez. Dê play e sinta com a gente essa dor e essa
esperança que um dia a legalização e a descriminalização do
aborto seja uma realidade na América Latina.
“Aborto ilegal, violência estatal. Basta de imposições patriarcais”
Por
Adriana
Gómez. Jornalista, feminista, membro da Articulação Feminista pela
Livre Escolha, AFLD, Chile e participante em campanhas de movimentos
sociais mais amplo no país.
O
acesso ao aborto livre e seguro é uma condição indispensável para
que a cidadania das mulheres seja expressada, uma vez que isso se refere à liberdade e autonomia do seu corpo, a sua autonomia sexual e reprodutiva. Essa é uma questão pendente no Chile e em muitos outros países de nossa região latino-americana e caribenha.
que a cidadania das mulheres seja expressada, uma vez que isso se refere à liberdade e autonomia do seu corpo, a sua autonomia sexual e reprodutiva. Essa é uma questão pendente no Chile e em muitos outros países de nossa região latino-americana e caribenha.
Historicamente,
a sexualidade e a reprodução têm sido pilares sobre os quais se
constrói a subordinação das mulheres, e a maternidade tem sido
imposta como uma obrigação e não uma escolha. Assim, o controle da
capacidade reprodutiva das mulheres permanece subordinado à vida
social, econômica, política e sexual.
Chile
é um dos poucos países do mundo onde a lei proíbe o aborto em
todas as circunstâncias, proibição absoluta que foi herdada da
ditadura de Pinochet e nenhum governo no retorno à democracia tem
conseguido saldar essa dívida. Mulheres chilenas há muito lutam
para o reconhecimento de nossa condição de cidadã, com direitos a
decidir sobre todos os aspectos importantes para o desenvolvimento de
nossas vidas.
Desde
o início do século XX e de forma constante desde a década de
oitenta, o movimento de mulheres e feminista do país, tem articulado
ações destinadas a colocar a sexualidade e a reprodução como
espaços de liberdade. No entanto, as forças fundamentalistas se
opuseram e fizeram lobby contra o Estado para impedir que isso
aconteça.
Em
uma democracia é necessário discutir os direitos que as pessoas
têm, especialmente as mulheres, historicamente submetidas às
decisões dos outros. Neste contexto, o acesso ao aborto legal e
seguro é fundamental para a concretização de seus direitos
humanos. Legalizar o aborto significa respeitar os direitos de
liberdade e de autonomia que as pessoas têm e garantir os direitos
das mulheres de decidir com base em suas próprias crenças e
condições de vida.
Do
nosso ponto de vista, as mulheres chilenas devem aderir e apoiar as
demandas de toda a região e do mundo, como é o caso do Brasil onde
as demandas libertárias pelo aborto legal, enfrentam as forças
fundamentalistas da hierarquia católica. No entanto, as mulheres
brasileiras seguem abortando, pondo em risco suas vidas, enquanto as
leis continuam as perseguindo e punindo.
Para
a cidadania plena das mulheres, por todos os seus direitos e
liberdades, este 28 de setembro, Dia da descriminalização
do aborto na América Latina e Caribe, é urgente unir as agendas
e demandas de todos os movimentos sociais e exigir aos governos,
aborto legal, livre, seguro e gratuito AGORA.
Santiago
do Chile, setembro de 2014.
Aborto: você é a favor ou contra a descriminalização?
Por carol_patrocinio
"E se sua mãe tivesse te abortado?"
Quando você fala sobre aborto, aparecem pessoas fazendo essa pergunta. A Larissa Carvalho respondeu essa pergunta lindamente no site Blogueiras Feministas. Deixo essa resposta com ela.
"Mas o aborto vai virar método anticoncepcional"
Não vai. Passar por uma cirurgia não é exatamente o tipo de diversão
que a maior parte das pessoas busca. E um aborto é uma cirurgia.
Você só faz quando não tem outras alternativas.
"A mulher vai ficar deprimida e se sentindo culpada para sempre"Não, ela não vai. Nem todas as mulheres são iguais e ninguém decide fazer um aborto sem pensar seriamente nisso. São muitas noites sem dormir, muitas conversas, muitas leituras. São contas e mais contas
feitas mentalmente para entender como aquela gravidez foi acontecer.
A decisão é tomada com muita consciência do que significa.
E mulheres não são todas iguais. É claro que a decisão bate diferente para cada uma. E uma escolha é sempre uma renúncia – somos adultos e devemos ter isso em mente o tempo inteiro. Para as mulheres que precisarem de ajuda psicológica, ela deverá ser oferecida junto com a descriminalização do aborto. O processo é do começo ao depois.
"Mas o coração já bate…
"A formação de um feto se dá em partes. Na primeira e segunda semanas o zigoto está sendo fecundado. Na terceira e quarta, a placenta se forma. Na quinta e sexta semana os órgãos começam a se formar, mas só terminam esse processo depois de um bom tempo. Ele só passa a ser considerado um feto na oitava semana. O cérebro do bebê só vai se desenvolver no terceiro trimestre, quase no fim da gestação.
"De quem é a responsabilidade por engravidar?
"Uma gravidez precisa de óvulos e espermatozoides para acontecer. Isso
significa que, nos meios naturais, um homem e uma mulher fizeram sexo. Se duas pessoas decidiram juntas partilhar um momento sexual, a responsabilidade deve ser dos dois também, não?
O que acontece de maneira muito comum e abrangente é o homem abrir mão da participação na gestação e da paternidade. A responsabilidade, aí, recai apenas sobre a mulher, que muitas vezes não tem condições financeiras ou emocionais para seguir com a gestação e a maternidade.
"Religiões dizem que é errado"
Cada pessoa segue uma religião. Ou não segue nenhuma. Cada pessoa pode viver de acordo com o que acredita, desde que não imponha essa
crença ao outro. As leis não são e não podem ser criadas de acordo com crenças religiosas. Elas existem para tornar todas as pessoas, apesar de suas inúmeras diferenças, iguais e com os mesmos direitos.
Descriminalizar
o aborto não obriga que uma pessoa vá contra seus princípios e aborte. Só tornará menos doloroso e complicado o aborto para quem, de acordo com seus princípios, quer fazê-lo.
"E se o homem quiser o bebê?"Aqui passamos a falar da exceção. E, como tal, deve ser tratada em casos separados.
"Mas o aborto vai virar método anticoncepcional"
Não vai. Passar por uma cirurgia não é exatamente o tipo de diversão
que a maior parte das pessoas busca. E um aborto é uma cirurgia.
Você só faz quando não tem outras alternativas.
"A mulher vai ficar deprimida e se sentindo culpada para sempre"Não, ela não vai. Nem todas as mulheres são iguais e ninguém decide fazer um aborto sem pensar seriamente nisso. São muitas noites sem dormir, muitas conversas, muitas leituras. São contas e mais contas
feitas mentalmente para entender como aquela gravidez foi acontecer.
A decisão é tomada com muita consciência do que significa.
E mulheres não são todas iguais. É claro que a decisão bate diferente para cada uma. E uma escolha é sempre uma renúncia – somos adultos e devemos ter isso em mente o tempo inteiro. Para as mulheres que precisarem de ajuda psicológica, ela deverá ser oferecida junto com a descriminalização do aborto. O processo é do começo ao depois.
"Mas o coração já bate…
"A formação de um feto se dá em partes. Na primeira e segunda semanas o zigoto está sendo fecundado. Na terceira e quarta, a placenta se forma. Na quinta e sexta semana os órgãos começam a se formar, mas só terminam esse processo depois de um bom tempo. Ele só passa a ser considerado um feto na oitava semana. O cérebro do bebê só vai se desenvolver no terceiro trimestre, quase no fim da gestação.
"De quem é a responsabilidade por engravidar?
"Uma gravidez precisa de óvulos e espermatozoides para acontecer. Isso
significa que, nos meios naturais, um homem e uma mulher fizeram sexo. Se duas pessoas decidiram juntas partilhar um momento sexual, a responsabilidade deve ser dos dois também, não?
O que acontece de maneira muito comum e abrangente é o homem abrir mão da participação na gestação e da paternidade. A responsabilidade, aí, recai apenas sobre a mulher, que muitas vezes não tem condições financeiras ou emocionais para seguir com a gestação e a maternidade.
"Religiões dizem que é errado"
Cada pessoa segue uma religião. Ou não segue nenhuma. Cada pessoa pode viver de acordo com o que acredita, desde que não imponha essa
crença ao outro. As leis não são e não podem ser criadas de acordo com crenças religiosas. Elas existem para tornar todas as pessoas, apesar de suas inúmeras diferenças, iguais e com os mesmos direitos.
Descriminalizar
o aborto não obriga que uma pessoa vá contra seus princípios e aborte. Só tornará menos doloroso e complicado o aborto para quem, de acordo com seus princípios, quer fazê-lo.
"E se o homem quiser o bebê?"Aqui passamos a falar da exceção. E, como tal, deve ser tratada em casos separados.
Fonte: Yahoo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é sempre bem-vinda!