Foi o que demonstrou um estudo realizado em uma parceria entre pesquisadores da Universidade de Luxemburgo e das universidades Federal da Bahia (UFBA), Federal de São Paulo (UNIFESP) e de São Paulo (USP).A memória operacional nas crianças é fortemente vinculada ao sucesso acadêmico e ao hábito de leitura.
Mais importante, os resultados
mantêm-se verdadeiros independentemente do nível socioeconômico
das crianças. A conclusão dos pesquisadores
é que crianças com dificuldades de aprendizagem podem se beneficiar
de métodos que evitem a sobrecarga da memória operacional.
O
estudo buscou identificar as habilidades cognitivas subjacentes ao
sucesso no aprendizado de crianças de uma ampla diversidade social,
com metade vivendo abaixo da linha de pobreza.
As crianças foram testadas
para medir
o QI e as chamadas
"funções executivas", um conjunto de processos cognitivos
que usamos para controlar nossos pensamentos e ações, incluindo
como lembramos informações, controlamos nossas emoções, prestamos
atenção e alternamos os nossos pensamentos.
Estes
resultados foram comparados com as capacidades de leitura, escrita,
matemática, linguagem e ciências.
Os
resultados mostraram que as habilidades de memória operacional de
uma criança - sua habilidade de manter e manipular informação na
mente - foi capaz de predizer seu sucesso em todos os aspectos da
aprendizagem, independentemente do QI.
Além
disso, a maioria das crianças identificadas por seus professores
como "maus leitores" têm problemas com sua memória
operacional.
Pobreza
"Nossos
achados sugerem a importância de se fazer triagem e intervenção
precoces, especialmente no contexto da pobreza. Até o momento,
problemas de memória operacional são raramente identificados pelos
professores", disse a líder do projeto, Dra. Pascale Engel de
Abreu, professora da Universidade de Luxemburgo.
"Dificuldades para
aprender a ler e escrever, baixo sucesso acadêmico e viver na
pobreza criam um ciclo vicioso reforçador. Existe uma chance de
quebrá-lo pela identificação precoce das crianças com problemas
de memória operacional e ao ajudá-las na aquisição
de ferramentas mentais que tornem-nas capazes de aprender",
acrescenta.
Fonte:
Universidade de Luxemburgo
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