Em tempo de apelos para a economia de água, é comum ver cenas de pessoas "flagradas" aguando as plantas ou lavando calçadas. Essas medidas, entretanto, são contestadas tanto do ponto de vista ético como prático pelo professor Wilson de Figueiredo Jardim, do Instituto de Química da Unicamp.
"A necessidade de racionamento é uma realidade no momento, mas pergunto até que ponto as empresas fornecedoras podem imputar um ônus financeiro ao consumidor, se elas próprias são responsáveis pela perda de 40% da água tratada no país," resume o professor. A International Water Association (IWA) classifica as perdas de água como reais (na distribuição) ou aparentes (no faturamento).
Considera-se como perdas reais todo volume de água perdido antes de chegar ao consumidor final, devido a problemas como vazamentos nas adutoras e em procedimentos operacionais (lavagem de filtros e descargas na rede) - é aqui que as empresas desperdiçam água, não conseguindo controlar suas próprias redes, e deixando vazar cerca de 40% da água tratada.
"A necessidade de racionamento é uma realidade no momento, mas pergunto até que ponto as empresas fornecedoras podem imputar um ônus financeiro ao consumidor, se elas próprias são responsáveis pela perda de 40% da água tratada no país," resume o professor. A International Water Association (IWA) classifica as perdas de água como reais (na distribuição) ou aparentes (no faturamento).
Considera-se como perdas reais todo volume de água perdido antes de chegar ao consumidor final, devido a problemas como vazamentos nas adutoras e em procedimentos operacionais (lavagem de filtros e descargas na rede) - é aqui que as empresas desperdiçam água, não conseguindo controlar suas próprias redes, e deixando vazar cerca de 40% da água tratada.
Já as perdas aparentes (não
físicas) são as decorrentes de imprecisões na medição de
consumo, ligações clandestinas, falhas no cadastro comercial ou
hidrômetros danificados. Segundo o pesquisador, a responsabilidade
deve ser claramente imputada à ineficiência das empresas, que
desperdiçam continuamente água potável em "um volume muito
maior do que qualquer economia que possa ser feita pela população".
Lembrando que o consumo
doméstico equivale a apenas 8% do consumo mundial de água doce (a
agricultura responde por 70%), Wilson Jardim considera que, por maior
que seja a adesão da população, globalmente o reflexo será
mínimo. "O racionamento é uma questão de educação e
cidadania, de preocupação ambiental, e não de punição.
O único
reflexo imediato para quem economiza água em casa é no bolso,
quando vem a conta. E ainda que o consumidor seja perdulário, não
deve ter sentimento de culpa por escovar os dentes com a torneira
aberta," diz ele.
Fonte: Unicamp – Universidade
Estadual de Campinas - SP
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