Coletivo de professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) preocupados com as ameaças à Democracia no Brasil." (foto: Guilherme Santos/Sul21) |
Chegamos ao segundo turno das eleições gerais de 2018 em meio a uma crise econômica e política muito grave que já dura três anos. O sentimento de revolta de uma parte da população a tornou receptiva a slogans autoritários e mesmo aos interesses que se ocultam atrás da mobilização do ódio. Por meio de financiamento ilegal de campanha e da intensiva disseminação de mentiras, calúnias e baixezas, a campanha de Bolsonaro pretende ganhar a presidência da república e os significativos recursos do poder executivo federal para realizar um programa privatista, entreguista e destrutivo para os trabalhadores.
Somos a favor do desenvolvimento sustentável, com responsabilidade ambiental e inclusão social. Somos a favor da educação e da saúde públicas de qualidade. Somos a favor da vida e de uma política de segurança pública que reforme as polícias e priorize a prevenção, a repressão qualificada e o devido processo para controlar a violência. Já temos a segunda maior população carcerária do mundo seguindo planos fracassados. Bolsonaro promete apenas mais mortes e mais violência. Sua visão de mundo, seus valores e as práticas milicianas que ele estimula são fascistas.
A candidatura de Haddad e Manuela, neste momento, representa a possibilidade de uma solução diferente e mais efetiva aos problemas econômicos, sociais e políticos do Brasil. Cada um de nós pode ter pontos de maior ou menor concordância com propostas concretas, mas todos partimos de premissas comuns sobre como se devem encontrar as respostas. Sem mais violência, sem ódio, sem destruição das instituições democráticas.
Quando o candidato Bolsonaro faz apologia da tortura, do extermínio, do estupro e do racismo mais abjeto e criminoso, consideramos que qualquer pessoa decente tem a obrigação de votar contra isso.
Quando o candidato ou seus colaboradores defendem interessadamente teses como o fim do 13o salário, privatização da Petrobras, menos impostos para os ricos e mais impostos para os pobres, extinção do Ministério da Educação e outras atrocidades, consideramos que qualquer pessoa que viva do seu trabalho tem a obrigação de votar contra isso.
Quando seus apoiadores fazem ataques racistas, xenófobos, feminicidas e agridem ainda mais a população LGBT em pleno século XXI, entendemos que esta em jogo a própria civilização.
Quando ele anuncia que pretende restar o Brasil do Acordo de Paris sobre mudança climática, que pretende se alinhar a Trump, que pode até deixar as Nações Unidas se elas discordarem dele, entendemos que o que está em jogo no dia 28 vai muito além do Brasil.
No dia 28 de outubro é preciso derrotar Bolsonaro. Mais do que isso, é preciso encaminhar uma solução para os problemas que o golpe de 2016 só agravou. Por isso defendemos o voto no 13, em Haddad e Manuela.
Um voto 13 que representa a defesa da democracia contra a ameaça explícita de um novo golpe, pois Bolsonaro disse e seus apoiadores reiteram que para eles o único resultado aceitável é sua vitória.
Um voto 13 que representa a confiança de políticas de emprego, renda, educação e saúde que melhorem de fato a vida de todos nós brasileiros.
Um voto em Haddad, um professor como nós, e na Manuela, nossa aluna da UFRGS. Comprometidos que são ambos com a autonomia universitária, o financiamento adequado da educação pública e a defesa da liberdade de ensinar e aprender."
(*) Coletivo de professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) preocupados com as ameaças à Democracia no Brasil.
Fonte: sul21
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