O talento vence jogos, mas só o trabalho em equipe ganha campeonatos. Michael Jordan
Um grupo de pessoas se une com o intuito de alcançarem um objetivo comum. Seja uma empresa de qualquer porte, os amigos que agendam uma confraternização no clube, ou até mesmo um país, qualquer agrupamento humano está junto porque tem objetivos comuns a alcançar. E quando estes objetivos perdem o sentido, a tendência natural é que o grupo se desfaça.
Visto que ninguém quer fazer parte de um grupo que não alcance os objetivos a que se propõe, é interessante então saber quais os fatores que determinam o sucesso ou fracasso deste grupo. Um dos fatores é a forma de como as pessoas interagem entre si para que as ações e tarefas definidas sejam efetivamente realizadas e como estas ações serão executadas por cada integrante do grupo. É neste ponto que temos uma interessante polêmica.
Um debate recorrente é o desafio de se encontrar o equilíbrio entre ações individuais e as ações coordenadas do grupo – ou seja, até que ponto as decisões de um indivíduo devem ser respeitadas, visto que nem todas estas decisões podem ser benéficas para o grupo ou para si mesmo. Ou então, até que ponto a coletividade pode determinar que o indivíduo se comporte de uma maneira que não atrapalhe os planos grupais para que o objetivo seja alcançado. O debate ficou ainda mais intenso em uma época onde a postura individual pode ser determinante para que a saúde de outras pessoas não seja atingida ou afetada, uma situação que pode significar a diferença entre vida e morte.
O esporte, de uma forma geral, nos dá interessantes lições neste sentido. Equipes esportivas são agrupamentos humanos estruturados com um objetivo bastante claro: vencer uma competição ou campeonato. Equilibrar a habilidade, o talento e as iniciativas individuais com os acordos essenciais para que o grupo tenha um mínimo de coordenação é a diferença entre sucesso e fracasso.
Michael Jordan é considerado o maior jogador de basquete de todos os tempos. Seis vezes campeão da NBA, a liga de profissional dos Estados Unidos, ele quebrou recordes, acumulou prêmios e fãs em todo o planeta. Atuou por apenas dois times na NBA: o Chicago Bulls, pelo qual ganhou todos os títulos como jogador; e o Washington Wizards, já no final de sua carreira e após uma breve aposentadoria.
No basquete universitário, Jordan já mostrava o seu potencial extraordinário ao fazer a cesta que deu o título do campeonato para sua equipe, em 1982. Logo a seguir, foi jogar no Chicago Bulls, na época um time sem muita tradição no duríssimo campeonato da NBA. E foi no Bulls que ele desenvolveu todo o seu potencial, liderando o time a alcançar as finais por anos consecutivos.
Mas o título não vinha. Mesmo quebrando recordes atrás de recordes, como o jogo das finais onde apenas ele fez 63 pontos, o Bulls não conseguia alcançar a glória de se declarar campeão da NBA. Faltava algo.
Por mais fantástico que fosse Michael Jordan, ele não conseguia ganhar um campeonato sem outros integrantes que fizessem bem ou que ele não podia ou sabia fazer. A Diretoria do Bulls tomou a decisão de contratar jogadores capazes de complementar o talento extraordinário de seu maior astro. A estratégia deu certo, e o Chicago Bulls se tornou praticamente imbatível, uma equipe temida por seus adversários, e que conquistaria 6 títulos da liga profissional no espaço de 8 anos.
Jordan é o expoente máximo de uma equipe que se tornou lendária. Mas ele se tornou campeão quando seu talento se uniu aos talentos únicos de Scottie Pippen, Dennis Rodman, Tony Kukoc, Steve Kerr, Bill Paxson, além de Phil Jackson (o treinador e o maior vencedor da história da NBA, com 13 títulos conquistados). No panteão dos grandes astros dos esportes coletivos, Jordan não está sozinho. O “Santos de Pelé” tinha como integrantes talentos como Mengálvio, Coutinho, Pepe, Gilmar Neves. O “Flamengo de Zico” tinha Junior, Leandro, Adílio, Tita, Lico. Messi fez história no Barcelona, mas teve ao seu lado Iniesta, Xavi, Etoo, Suarez e Neymar.
A história desses notórios atletas e as fantásticas equipes que lideraram, em diversos esportes, nos mostram que talento e habilidades são importantes para que um indivíduo se sobressaia. Mas é difícil imaginar que estes talentos alcançariam a plenitude que alcançaram, em suas respectivas épocas, sem o essencial apoio do trabalho coletivo. Sabendo que Dennis Rodman estava na defesa, Jordan podia dar o melhor de si para atacar e pontuar. Pelé fez mais de mil gols, mas muitos surgiram em jogadas efetuadas por ou com seus inesquecíveis companheiros de time.
A sociedade sábia é aquela que, mais do que discutir incansável e improdutivamente qual seria o interesse prioritário – o interesse individual ou o interesse coletivo – decide debater e acordar como equilibrar ambos interesses. Querer que um dos dois prevaleça é como andar com apenas uma perna. As chances de alcançarmos nosso destino se reduzem muito, e com muito mais desgaste e de forma muito mais lenta e dolorosa.
Os interesses individual e coletivo precisam estar unidos, como um gracioso par de dançarinos. Assim, com papéis claramente definidos e acordados, a organização humana que encontrou este equilíbrio estará preparada para vencer dezenas de campeonatos, com a mesma característica que tornou muitas equipes eternas: a harmonia.
Maurício Luz |
1º Belmiro Siqueira de Administração – em 1996, na categoria monografia, com o tema “O Cliente em Primeiro Lugar”.
E o 2ºBelmiro Siqueira em 2008, com o tema “Desenvolvimento Sustentável: Desafios e Oportunidades Para a Ciência da Administração”..
Ex-integrante da Comissão de Desenvolvimento Sustentável do Conselho de Administração RJ.
Com experiência em empresas como SmithKline Beecham (atual Glaxo SmithKline), Lojas Americanas e Petrobras Distribuidora, ocupando cargos de liderança de equipes voltadas ao atendimento ao cliente.
Maurício Luz é empresário, palestrante e Professor. Graduado em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1997).
Mestre em Administração de Empresas pelo Ibmec (2005). Formação em Liderança por Condor Blanco Internacional (2012).
Formação em Coach pela IFICCoach (2018). Certificado como Conscious Business Change Agent pelo Conscious Business Innerprise (2019).
Atualmente em processo de certificação em consultor de Negócios Conscientes por Conscious Business Journey.
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