GPS
médico
“Engenheiros
da Universidade Vanderbilt (EUA) encontraram uma solução inusitada
para problemas que ameaçavam a confiabilidade de algumas das
cirurgias consideradas mais tecnicamente avançadas na atualidade.
O
problema envolve erros no sofisticado sistema "GPS" que os
cirurgiões usam para realizar cirurgias no nariz e na garganta. Como
o cirurgião não pode ver o interior da cabeça do paciente, ele se
guia por um mapa mostrado em uma tela à sua frente.
Antes
da cirurgia, um escâner especial é usado para mapear a localização
de pontos de referência fixados na cabeça do paciente. Então,
durante a cirurgia, uma câmera acima da mesa de operações monitora
a posição desses pontos, permitindo que o aparelho semi-robotizado
acompanhe com precisão a posição da cabeça do paciente conforme o
cirurgião toca nele e o movimenta levemente. O computador usa essa
informação para combinar uma tomografia computadorizada, que
fornece uma visão detalhada 3-D do osso e dos tecidos moles dentro
da cabeça do paciente, com a posição dos instrumentos que o
cirurgião está usando e os exibe em tempo real em um monitor.
Contudo,
o sistema vez por outra apresenta erros que inviabilizam a cirurgia -
ainda que sejam erros de posicionamento na faixa dos milímetros.
Café
contra vibrações
A
equipe do professor Robert Webster decidiu procurar a origem dos
erros, mas não encontrou nenhuma falha nem no hardware e nem no
software do equipamento de posicionamento e de cirurgia robotizada.
Em vez disso, eles descobriram que o erro era gerado por pequenos
"deslizamentos" dos marcadores e pancadas involuntárias do
pessoal médico na cabeça do paciente. E uma pequena vibração
resulta em erros grandemente amplificados pelo GPS.
Felizmente,
a solução para o problema foi igualmente prosaica.
Webster
e seus colegas verificaram que o melhor método para minimizar essas
movimentações dos pontos de referência é colocar a cabeça do
paciente sobre um apoio cheio de material granular, que se amolda à
cabeça do paciente e fica em um meio-termo quase perfeito entre um
apoio totalmente duro e um travesseiro macio.
E o
melhor material granular que eles encontraram foi... café em pó.
Como não está vendo o interior da cabeça do paciente, o cirurgião depende do mapeamento mostrado em uma tela à sua frente. [Imagem: Kara Bandy/CTTC Vanderbilt University] |
Capacete
de café
“Claro,
o café não fica solto: ele forma uma camada fina dentro de um gorro
elástico de silicone, parecido com os usados em natação. Depois
que a touca é colocada na cabeça do paciente, uma bomba de vácuo
suga o ar em seu interior, travando os pequenos grãos de café, que
formam uma camada rígida precisamente ajustada à forma da cabeça
do paciente - é o mesmo efeito que transforma o café embalado a
vácuo em tijolos sólidos, só que a pressão usada é menor.
Além
de ajustar-se firmemente à cabeça, o novo design apresentou outra
vantagem. O sistema usado hoje tem apenas três marcadores anexados
nas extremidades de três barras finas para formar um triângulo e
permitir o cálculo da posição. O novo design permitiu anexar
várias dezenas de marcadores diretamente à superfície da touca, o
que os pesquisadores acreditam também contribuirá para melhorar a
precisão do sistema de orientação.”
Fonte:
Diário da Saúde
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