Marina
Felix - VEJA.com
"De acordo com um novo
estudo publicado no periódico científico British Medical Journal,
crianças inteligentes tendem a viver mais do que seus colegas menos
dotados. Em comparação, aquelas que têm um QI mais alto podem ter
um menor risco de morrer de doenças cardíacas, doenças
respiratórias, câncer e derrame na terceira idade.
Pesquisadores da
Universidade de Edinburg, Universidade de Oxford e Universidade
College London, todas no Reino Unido, acompanharam mais de 65.000
pessoas que, aos 11 anos de idade, fizeram parte do estudo The
Scottish Mental Survey, em 1947, para descobrir que influência a
inteligência poderia ter na longevidade.
Menores riscos
Eles descobriram que, aos
79 anos de idade, as pessoas que tinham um QI mais alto na infância
apresentaram menor risco de morte do que as outras. Cada 15 pontos
acima da média de QI (ou seja, acima de 100), foi associado a um
risco 28% menor de morte em decorrência de doenças respiratórias,
25% menos chance de morrer de doença arterial coronariana e 24%
menos risco de derrame.
Além das doenças, essas
pessoas também apresentar menos tendência a lesões, doenças
digestivas e degenerativas, como o Alzheimer. Os 15 pontos adicionais
também podem reduzir o risco de câncer de bexiga em 19%, de câncer
de pulmão em 25% e câncer de intestino em 11%.
Outros fatores
Os riscos reduzidos foram
observados até mesmo considerando os fatores que poderiam
influenciar os resultados, como a idade, sexo e classe social. Na
verdade, segundo a pesquisa, condições de vida como o desemprego, a
superpopulação e outros fatores são responsáveis por apenas 30%
da relação entre QI e mortalidade.
As reduções foram, em
grande parte, similares para homens e mulheres. Porém, os
pesquisadores também descobriram que, para os homens, um QI maior na
infância estava associado a um menor risco de suicídio.
Longevidade e QI
“Sou otimista em
relação aos resultados”, disse Ian Deary, principal autor da
pesquisa, ao jornal britânico The Telegraph. “Espero que, se
conseguirmos descobrir o que as pessoas mais inteligentes fazem,
poderemos descobrir como ajudar as outras a viver mais e ter uma vida
mais saudável.”
No entanto, os cientistas
ainda não sabem exatamente como a inteligência na infância e a
longevidade estão relacionadas. “Estilo de vida, educação,
conhecimento sobre saúde, melhores condições e fator genético
podem desempenhar algum papel. Nós e outras equipes de pesquisa
estamos testando essas ideias.”
Ferramenta para a saúde
Pessoas com QIs mais
altos, segundo os autores do estudo, tendem a cuidar mais da saúde e
têm menos chances de fumar. Elas também tendem a praticar mais
exercícios, usar o cinto de segurança e procurar ajuda médica
quando ficam doentes.
Outras evidências
sugerem que o QI pode ser um indicador de uma boa combinação
genética e maior eficiência do sistema nervoso central. Pesquisas
recentes mostraram que um tempo de reação rápido também está
associado a um menor risco de morte e um QI maior.
Alguns especialistas
ainda acreditam que o QI deveria ser utilizado, junto de fatores de
risco do histórico familiar, para prever os riscos das pessoas
desenvolverem doenças."
Fonte: Veja.com
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