Nomes novos com políticos tradicionais
"Donos
de mais de 1,5 milhão de votos obtidos nas eleições para a Câmara
dos Deputados em 2014, PTN e PTdoB decidiram que mudar de nome pode
melhorar o desempenho eleitoral e ajudar na reconexão com uma
sociedade pouco interessada em política. Agora, o PTN chama-se
Podemos. E o PTdoB está prestes a se tornar o "Avante". Por trás da
mudança de nome, porém, estão políticos tradicionais,
parlamentares sob investigação e outros que têm o hábito de
trocar de partidos.
As
duas legendas têm mais coisas em comum, além de serem partidos
pequenos. Nos dois casos, os novos nomes têm como premissa deixar
para trás a desgastada palavra partido, que virou sinônimo de
velhas práticas políticas. E os presidentes do "Podemos", deputada
Renata Abreu (SP), e do futuro "Avante", Luís Tibé (PTdoB-MG), veem
com restrições a criação de uma cláusula de barreira para as
próximas eleições. Essa regra obriga os partidos a conseguirem um
percentual mínimo de votos válidos em um número mínimo de estados
na disputa para a Câmara dos Deputados.
As
legendas que não atingirem essa meta ficariam sem acesso a recursos
do fundo partidário e tempo de TV e rádio na propaganda eleitoral.
A proposta em análise na Câmara prevê uma meta de 2% dos votos
válidos em pelo menos 14 estados. E há pressão para reduzir a
barreira para 1,5% dos votos válidos em nove estados.
Enquanto
não se aprova uma cláusula de desempenho, "Podemos" e "Avante"
aproveitam para ampliar suas bancadas. O antigo PTN começou a
legislatura com quatro deputados e agora já tem 15. O PTdoB, futuro
Avante, pulou de um deputado para quatro.
Mudar
de nome ou evitar a palavra partido não é uma novidade no Brasil.
Em 2007 o PFL virou Democratas, e em 2015, a ex-senadora Marina Silva
criou a Rede Sustentabilidade, que se autointitula um movimento.
FILIADOS
VETERANOS NO CONGRESSO
Nesse processo de “engorda” dos novos partidos, o Podemos atraiu, na maior parte, deputados em primeiro mandato, um critério adotado pela presidente da legenda, Renata Abreu, que espera aumentar a bancada para 25 parlamentares na próxima janela de transferências.
Nesse processo de “engorda” dos novos partidos, o Podemos atraiu, na maior parte, deputados em primeiro mandato, um critério adotado pela presidente da legenda, Renata Abreu, que espera aumentar a bancada para 25 parlamentares na próxima janela de transferências.
Porém,
também chegaram à legenda o deputado Ademir Camilo (MG), que desde
1991 já passou por seis partidos, e Carlos Henrique Gaguim (TO),
que, mesmo estreante na Câmara, já está na terceira legenda. O "Podemos" também filiou dois senadores. O ex-jogador Romário (RJ) e o
senador Álvaro Dias (PR), que deve concorrer à Presidência pela
nova “marca”.
Questionada
se imporia critérios éticos para ingresso na legenda, Renata disse
ser difícil estabelecer tal exigência:
— Fazer
um trabalho preventivo é difícil, temos que tomar cuidado para não
prejulgar. Temos que ter a cultura de reagir após o julgamento. Se
for condenado, aí tem que afastar e expulsar.
A
mudança de nome, contudo, não é um antídoto para renovar o
partido. O presidente do futuro "Avante", em São Paulo, maior colégio
eleitoral do país, será o ex-deputado e líder dos governos
petistas na Câmara Cândido Vaccarezza. Também ingressou na legenda
o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE), que está no seu terceiro
mandato.
— Eu
saí do PT no começo de 2016, mas minhas diferenças com o partido
começaram no fim do governo Lula. Eu só não saí antes porque
precisava resolver umas questões da Lava-Jato. Eu fui citado nas
investigações, mas os dois inquéritos que estavam sendo analisados
pelo (juiz Sergio) Moro foram arquivados. Quando isso aconteceu, eu
mudei de partido — contou Vaccarezza.
A
crise econômica mundial impulsionou a criação de movimentos
políticos que depois migraram para ação partidária eleitoral na
Europa. É o caso do "Podemos", na Espanha, e, mais recentemente, o Em
Marcha!, do atual presidente francês Emmanuel Macron. Em comum,
esses movimentos têm na sua gênese uma forma mais atual de se
conectar à sociedade, utilizando ferramentas tecnológicas para
ativar o interesse dos eleitores.
A
presidente do "Podemos" disse que se inspirou nesses movimentos para
refundar o PTN.
— Queríamos
um nome que representasse um sentimento, por isso estávamos
inspirados no Podemos da Espanha ou no slogan “yes, we can”
(usado pelo ex-presidente dos EUA Barack Obama na eleição de 2008).
Na pesquisa que fizemos, a palavra Podemos foi uma das mais citadas e
decidimos por esse nome — conta Renata."
Eles vão continuar os mesmos bandidos, só que com outra legenda! Pense bem antes de votar. Nós que somos responsáveis por quem colocamos para nos representar como prefeitos(as), vereadores(as), governadores(as) ,deputados(as), senadores(as) e o (a) Presidente da República.
Por que diante de tantas falcatruas e propinas, eles os deputados deveriam propor uma diminuição considerável dos números de deputados federais. Atualmente são 513 deputados federais e 81 senadores para 26 estados, divididos em 5.570 municípios, além do Distrito Federal. Para que tantos deputados federais, reunidos em Brasilia, que já tem mais de cinco mandatos? A Ficha Limpa propôs a diminuição de deputados e senadores. E quem paga todos eles somos nós, os brasileiros.
Fonte: Época
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