sábado, 5 de janeiro de 2019

“Preconceito contra chefes mulheres é maior entre mulheres”


Redação do Diário da Saúde


Politicamente corretos
As pessoas são mais preconceituosas contra mulheres líderes do que as estatísticas vêm indicando e, surpreendentemente, com um maior preconceito se revelando por parte das próprias mulheres.

Isso parece acontecer porque os participantes em pesquisas que investigam atitudes em relação a homens e mulheres em cargos de liderança não respondem honestamente a menos que tenham garantia de confidencialidade de suas respostas, explicam os professores Adrian Hoffmann e Jochen Musch, da Universidade Heinrich-Heine em Dusseldorf, na Alemanha.
Para confirmar esse efeito, Hoffmann e Musch usaram uma técnica indireta de questionário para coletar informações sobre os verdadeiros sentimentos das pessoas sobre as mulheres líderes.

Os resultados confirmaram que as pessoas nem sempre são honestas quando são perguntadas diretamente sobre suas opiniões sobre questões socialmente sensíveis, como as questões de gênero - elas tipicamente preferem dar respostas que acham que serão aceitas pelos outros.

Preconceitos contra as chefes
Para anular este efeito, Hoffmann e Musch coletaram respostas de 1.529 estudantes a uma pergunta direta convencional, ou a uma pergunta indireta, feita no formato do chamado "Modelo Transversal". Essa técnica de questionamento impõe um elemento de aleatoriedade às respostas individuais que permite garantir total confidencialidade aos entrevistados, incentivando-os a responder perguntas de natureza sensível de forma sincera.

Os resultados do modelo transversal mostram que as pessoas são significativamente mais preconceituosas contra as mulheres (37%) do que os resultados das perguntas diretas indicam (23%).

Mais ainda, o que se confirmou - e nos dois métodos de questionamento - é que as mulheres são mais preconceituosas contra outras mulheres líderes do que os homens. O aumento do preconceito foi maior entre as mulheres (de 10% no modelo convencional para 28% no modelo sigiloso) do que entre os homens (de 36% para 45%), indicando que as mulheres respondem mais fortemente contra outras mulheres quando lhes é garantida total confidencialidade de suas respostas.

"Este padrão sugere que as mulheres são muito mais relutantes do que os homens para expressar seu preconceito contra as mulheres líderes. Talvez porque as mulheres se sintam obrigadas a se solidarizar com os membros de seu grupo," sugeriu Hoffmann.”

Fonte: Diário da Saúde

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