domingo, 6 de janeiro de 2019

"Quando – e por que – o rosa se tornou cor de menina?"

 (Blend Images - King Lawrence| Getty Imagens/Getty Images)

Por Oráculo
O rosa só se estabeleceu de vez como uma cor feminina na década de 1980. Mas o caminho até lá foi longo. Acompanhe a história:
Durante séculos, as tinturas para roupa eram muito caras e crianças de qualquer gênero usavam vestidos brancos até uns 6 anos de idade. Os tons pastéis – entre eles, o rosa e o azul – só começaram a ser associados a crianças no início do século 20, pouco antes da 1ª Guerra Mundial.

Na época, porém, ainda não havia uma distinção de gênero estabelecida. Havia até quem defendesse o oposto da norma que vigora hoje: um artigo de 1918 da Earnshaw’s Infants’ Department dizia que rosa era para meninos e azul para meninas. Isso porque o rosa seria uma cor mais “forte e decidida”; já o azul, mais “delicado e amável”. Perceba que só muda a paleta de cores: o machismo implícito à explicação está lá, intacto.
Mamie Eisenhower. (wikipédia/Wikimedia
Commons
Em 1927, após uma pesquisa em diversas lojas de departamento norte-americanas, a revista Time concluiu que a dicotomia entre rosa e azul não era unanimidade: três lojas recomendavam rosa para meninos, outras três, para meninas. Uma última recomendava rosa para ambos, sem distinções.

No texto introdutório da Time, lê-se: “Na Bélgica, a Princesa Astrid (…) deu à luz na noite anterior a uma filha de 3,1 kg. Disseram os despachos: ‘O berço foi enfeitado de rosa, a cor para os meninos, sendo a das meninas o rosa’. Disseram muitos leitores de jornal dos EUA: “O quê? Rosa para um GAROTO? Na nossa família, nós temos usado rosa para GAROTAS, e azul para garotos”.

Após a 2ª Guerra Mundial, a mais famosa entusiasta e divulgadora do rosa foi Mamie, a esposa do presidente Dwight Eisenhower (que governou entre 1953 e 1961). Ela foi à festa de posse de seu marido em um vestido rosa exuberante, e passou a usar a cor em muitos compromissos oficiais. Sua postura – dona de casa submissa, esposa de um militar – foi popular na elite machista da época, pré-revolução sexual. As jovens da época, que trabalharam em fábricas e vestiram roupas azuis ou pretas durante a maior parte do conflito, gostaram do contraste.”
Fonte: superinteressante   

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