(Blend Images - King Lawrence| Getty Imagens/Getty Images) |
Por Oráculo
“O rosa só se
estabeleceu de vez como uma cor feminina na década de 1980. Mas o
caminho até lá foi longo. Acompanhe a história:
Durante
séculos, as tinturas para roupa eram muito caras e crianças de
qualquer gênero usavam vestidos brancos até uns 6
anos de idade. Os tons pastéis – entre eles, o rosa e o azul –
só começaram a ser associados a crianças no início do século
20, pouco antes da 1ª
Guerra Mundial.
Na
época, porém, ainda não havia uma distinção de gênero
estabelecida. Havia até quem defendesse o oposto da norma que vigora
hoje: um artigo de 1918 da Earnshaw’s
Infants’ Department dizia
que rosa era para meninos e azul para meninas. Isso porque o
rosa seria uma cor mais “forte e decidida”; já o azul, mais
“delicado e amável”. Perceba que só muda a paleta de cores: o
machismo implícito à explicação está lá, intacto.
Mamie Eisenhower. (wikipédia/Wikimedia Commons |
Em
1927, após uma pesquisa em diversas lojas de departamento
norte-americanas, a revista Time concluiu
que a dicotomia entre rosa e azul não era unanimidade: três lojas
recomendavam rosa para meninos, outras três, para meninas. Uma
última recomendava rosa para ambos, sem distinções.
No
texto introdutório da Time,
lê-se: “Na Bélgica, a Princesa Astrid (…) deu à luz na noite
anterior a uma filha de 3,1 kg. Disseram os despachos: ‘O berço
foi enfeitado de rosa, a cor para os meninos, sendo a das meninas o
rosa’. Disseram muitos leitores de jornal dos EUA: “O quê? Rosa
para um GAROTO? Na nossa família, nós temos usado rosa para
GAROTAS, e azul para garotos”.
Após a 2ª Guerra
Mundial, a mais famosa entusiasta e divulgadora do rosa foi Mamie, a
esposa do presidente Dwight Eisenhower (que governou entre 1953 e
1961). Ela foi à festa de posse de seu marido em um vestido rosa
exuberante, e passou a usar a cor em muitos compromissos oficiais.
Sua postura – dona de casa submissa, esposa de um militar – foi
popular na elite machista da época, pré-revolução sexual. As
jovens da época, que trabalharam em fábricas e vestiram roupas
azuis ou pretas durante a maior parte do conflito, gostaram do
contraste.”
Fonte: superinteressante
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