Presidente Bolsonaro e o Presidente da OAB, Fernando Santa Cruz |
“O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 08, que o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra – reconhecido pela Justiça como torturador da ditadura militar – é um “herói nacional”. A declaração foi dada por Bolsonaro na saída do Palácio da Alvorada, após ser questionado por jornalistas sobre um encontro agendado com a viúva do coronel, Maria Joseíta Silva Brilhante Ustra.
“Ela conta uma história
bem diferente daquela que a esquerda contou para vocês”, disse
Bolsonaro. “Tem um coração enorme. Sou apaixonado por ela. Não
tive muito contato, mas tive alguns contatos com o marido dela
enquanto estava vivo. É um herói nacional que evitou que o Brasil
caísse naquilo que a esquerda hoje em dia quer.”
Coronel Carlos Alberto Ustra |
Ustra chefiou o
DOI-Codi, divisão de repressão e inteligência da ditadura,
entre 1970 e 1974. Ele foi o primeiro militar condenado por
crimes cometidos durante o regime. Em 2008, o juiz Gustavo
Santini Teodoro sentenciou o coronel pela prática de tortura e
sequestro na década de 1970. Testemunhas ouvidas no processo
disseram que Ustra comandava pessoalmente as sessões de tortura.
Quatro anos depois, o
Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a decisão que
reconheceu Ustra como o responsável pelas torturas praticadas contra
a família Teles, que moveu a ação original. Em 1972, Maria Amélia
Teles, o marido, Cesar Teles e a irmã Crimeia foram presos e
torturados no DOI-Codi. Os filhos do casal também ficaram em poder
dos militares.
A Comissão Nacional
da Verdade (CNV) registrou 45 mortes e desaparecimentos de pessoas
que estiveram presas no DOI-Codi durante o período em que Ustra
chefiou o centro de repressão. Também foram constatados ao
menos 502 casos de tortura nos porões do local.
Ustra morreu aos 83 anos,
em 2015. Em depoimento prestado à CNV, em 2013, ele afirmou que
“lutou pela democracia” e negou ter cometido crimes durante o
regime militar. “Nunca fui assassino”, disse.
Não é a primeira vez
que Bolsonaro faz elogios ao coronel. Em 2016, quando era deputado
federal, ele mencionou Ustra ao votar favoravelmente ao impeachment
da então presidente Dilma Rousseff. “Pela memória do coronel
Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff (…), o
meu voto é sim”, afirmou Bolsonaro. A ex-presidente foi torturada
durante a ditadura militar.
Bolsonaro provocou
indignação ao dizer, na última semana, que poderia contar ao
presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa
Cruz, como seu pai tinha desaparecido durante a ditadura. “Ele não
vai querer ouvir a verdade”, afirmou. Fernando Augusto de Santa
Cruz Oliveira desapareceu após ser preso pelo governo militar, em
1974. Em 2012, no livro Memórias de uma Guerra Suja, o
ex-delegado do Dops Cláudio Guerra disse que o corpo de
Fernando foi incinerado no forno de uma usina de açúcar em Campos
(RJ).”
Fonte: veja.com
Neste link abaixo veja o próprio ex-delegado do DOPS - Departamento de Ordem Política e Social - dizendo onde está o corpo de Felipe Santa Cruz, pai do presidente da OAB, Fernando Santa Cruz
corpo-de-felipe-augusto-de-santa-cruz foi incinerado
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Fonte: Comissão Nacional da Verdade
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