NOTA
DO PARTIDO DOS TRABALHADORES*
*DIRETÓRIO
MUNICIPAL DE POÇOS DE CALDAS-MG*
*POÇOS
DE CALDAS E A PANDEMIA DO CORONAVÍRUS*
"Desde
a notícia da proliferação de um novo vírus, o Covid-19, ou
“coronavírus”, ficou claro para a humanidade que a melhor e mais
eficiente medida para salvar vidas é a opção pelo isolamento
social, conforme atestam os especialistas de saúde.
Enquanto
alguns países tiveram sucesso no enfrentamento à pandemia, mantendo
sua população em casa e garantindo os direitos sociais e econômicos
para que isso fosse possível, países que não agiram ou adotaram
medidas brandas, convivem com um elevado número de mortes e a
sobrecarga de seus sistemas de saúde.
Frente
a essa situação e à necessidade de que as pessoas permaneçam em
casa, com o mínimo de contato possível, é preciso que o Poder
Público, representado pelos poderes Federal, Estatual e Municipal
atuem de forma presente, rápida e efetiva.
Cabe
ao Estado garantir renda mínima aos seus cidadãos e cidadãs,
apoiar pequenas e médias empresas, cobrar dívidas dos grandes
devedores, tributar fortunas e colocar à disposição do povo todo
orçamento possível para que todos possam ficar em casa e as
empresas sobrevivam.
Há
experiências bem sucedidas de prefeitos e governadores que têm
utilizado as estruturas públicas para minimizar os impactos
econômicos e sociais da crise que já vivíamos e que foi
aprofundada pela pandemia.
Em
Poços de Caldas, nosso município tem um dos maiores orçamentos do
estado e temos ainda o diferencial de possuir uma empresa como o DME,
que, de maneira responsável, pode e deve ser acionado para fazer
frente às necessidades da população.
Temos
percebido em nossa cidade que as ações do governo são
improvisadas, confusas e sem base científica, mais focadas em
atender às pressões de grupos econômicos do que garantir
efetivamente a proteção social das famílias mais desamparadas. A
forma como a flexibilização da quarentena se dá é extremamente
preocupante e irresponsável.
Entendemos
que as pessoas precisam trabalhar e manter sua renda. Diante da
ausência de um projeto que garanta a sobrevivência das famílias, é
difícil dizer para um pai ou mãe de família que fique em casa sem
ter o que comer. Quem deve agir para equilibrar tal situação em
nível local, é a Prefeitura Municipal por meio de suas secretarias,
empresas públicas e serviços.
Porém,
a Prefeitura atrasa e propõe cortes nos repasses às entidades
sociais, quando deveria oferecer mais recursos à Secretaria de
Promoção Social para ampliar a estrutura de atendimento das
milhares de pessoas que até hoje não conseguiram sequer os 600
reais de auxílio que o Congresso Nacional aprovou. Os profissionais
de saúde carecem de equipamentos de segurança, condições de
trabalho e mais do que isso, respeito. Famílias nos bairros precisam
de ajuda, cestas-básicas e a garantia integral de fornecimento de
água e luz, inclusive com a volta do fornecimento para quem sofreu
cortes.
A
Câmara Municipal precisa manter e, se possível, ampliar a devolução
antecipada de valores disponíveis ao Município, mas esses recursos
devem chegar às mãos da população. O mesmo deve ser garantido
para os recursos que o município recebe e receberá do Governo
Federal, já em torno de 26 milhões de reais.
A
crise da pandemia não pode ser utilizada para escamotear a má
gestão financeira da prefeitura nos últimos anos. Os recursos têm
que ser aplicados no fortalecimento ao SUS, na proteção das
pessoas, no resguardo das micro e pequenas empresas e nas atividades
de combate ao vírus.
Nossa
bancada na Câmara Municipal tem trabalhado constante e firmemente
para contribuir propositivamente frente ao cenário. Isso se expressa
na atuação no Comitê Gestor da Crise e nas indicações feitas ao
Executivo Municipal, dentre elas:
*a)*
Projeto de lei que autoriza o Poder Executivo a adotar medidas
excepcionais no âmbito das finanças públicas em face da situação
de calamidade pública;
*b)*
Instituição do grau máximo de 40% a título de adicional de
insalubridade para os profissionais da rede municipal de saúde por
conta do combate à propagação da COVID-19;
*c)*
Instituição de um boletim epidemiológico da COVID-19 autônomo no
âmbito do município de Poços de Caldas;
*d)*
Abertura de entendimentos com as entidades representativas de classes
patronais para restabelecer um calendário sincronizado de pagamento
de salários, de forma evitar filas em estabelecimentos bancários;
*e)*
Adiantamento e o pagamento de salários da administração direta e
indireta serem realizados em quatro dias consecutivos, com o
estabelecimento de um calendário nominal para cada dia de
recebimento para evitar filas nos bancos;
*f)*
Pagamento da tarifa de energia elétrica de hospitais conveniados com
o SUS sejam realizados com saldos remanescentes da CIP –
Contribuição de Iluminação Pública, por um período de seis
meses a partir do mês de abril;
*g)*
Pedido de análise da Nota Pública da Procuradoria Federal dos
Direitos do Cidadão – PFDC, órgão do Ministério Público
Federal, acerca de eventual transição do regime de "Distanciamento
Social Ampliado (DSA)" para o “Distanciamento Social Seletivo
(DSS)" - COVID-19;
*h)*
Utilização de parte dos recursos devolvidos antecipadamente pela
Câmara Municipal de Poços de Caldas, para aquisição de cestas
básicas e gás de cozinha para distribuição às famílias carentes
do município;
*i)* Construção de uma rede de cooperação regional junto aos Prefeitos dos municípios vizinhos, para o enfrentamento da pandemia COVID-19, através da disponibilização de profissionais de saúde, equipamentos médicos, equipamentos de proteção individual, distribuição de vagas, cobertura de custos adicionais, entre outras;
*i)* Construção de uma rede de cooperação regional junto aos Prefeitos dos municípios vizinhos, para o enfrentamento da pandemia COVID-19, através da disponibilização de profissionais de saúde, equipamentos médicos, equipamentos de proteção individual, distribuição de vagas, cobertura de custos adicionais, entre outras;
*j)*
Fornecimento de EPIs adequados para proteção dos servidores
atuantes no serviço de atendimento domiciliar – SAD Melhor em
Casa;
*k)*
Análise e a implementação das "recomendações para a gestão
de resíduos em situação de pandemia por coronavírus (COVID-19)",
elaboradas por integrantes da Comissão de Estudos Especiais de
Resíduos de Serviços de Saúde da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (CEE 129 ABNT) e pelas câmaras temáticas nacionais da
ABES de Resíduos Sólidos, Saúde Ambiental e Comunicação;
*l)*
Manutenção e a adoção de medidas preventivas de proteção da
saúde dos servidores públicos municipais;
*m)*
Orientação aos hospitais públicos e particulares do município
sobre as importantes portarias do Ministério da Saúde, publicadas
recentemente no Diário Oficial da União para captação de recursos
adicionais;
*n)*
Manutenção dos pagamentos de valores já acordados em editais e
contratos anteriores já empenhados pela administração municipal e
também dos editais e programas vigentes antes do Decreto nº 13.286
para os artistas locais;
*o)*
Lançamento de editais para exibição de conteúdos artísticos e
culturais através da internet e o lançamento de prêmios de
incentivo voltados para a criação artística, favorecendo assim o
exercício profissional durante o período de isolamento;
p)*
Fornecimento de cestas básicas e ajuda de custo às famílias dos
alunos das escolas municipais e Centros de Educação Infantil;
*q)*
Adoção de um auxílio social temporário às cooperativas,
associações e profissionais liberais ligados à coleta e triagem de
materiais recicláveis;
*r)*
Necessidade de pagamento de todas as prestações em atraso referente
aos convênios firmados com as entidades sociais, com prioridade
àquelas que mantêm suas atividades em apoio ao enfrentamento da
pandemia da Covid-19.
Se
estamos sem comando a nível nacional, onde um sujeito despreparado
parece brincar com a realidade e desdenha de mais de 7.000 mortes,
desrespeitando a dor do povo, não podemos permitir que em nosso
município tal comportamento se replique.
Por
essa razão, o Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores se
manifesta para que a população seja resguardada e medidas de
proteção sejam adotadas de forma efetiva, trazendo a
responsabilidade da condução, averiguação e fiscalização para a
Prefeitura.
Hoje,
o decreto municipal vigente que rege o município, criou uma situação
de flexibilização sem gradação e que transfere aos lojistas a
tarefa de garantir as condições de segurança, distanciamento e
contenção de aglomerações.
Além
disso, permite o funcionamento de atividades que não são
essenciais, como bares, restaurantes e igrejas. É necessário que,
se tomada a decisão de flexibilização, ela ocorra de forma
gradual, escalonada e com a Prefeitura no controle das atividades,
pautada em dados transparentes, testagem em massa e superação da
subnotificação de casos.
Não
podemos ignorar a pandemia e os problemas de sobrevivência que ela
traz. Cabe aos governantes agir dentro do estado de calamidade
pública, fazendo o que deve ser feito para garantir a segurança de
nossas famílias, sem criar uma falsa dualidade entre economia e
vida.
O
Partido dos Trabalhadores convida toda a população para atuarmos
unidos em defesa da qualidade de vida de nosso município, de forma
solidária, responsável e consciente, sempre em defesa das
trabalhadoras e trabalhadores."
*Poços
de Caldas, 4 de maio de 2020.
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