Suba o primeiro degrau com fé. Não é necessário que você veja toda a escada, apenas dê o primeiro passo.
Martin Luther King
Quando elaborou um teste para avaliar o limite da obediência humana, o psicólogo norte-americano Stanley Milgram procurava entender os motivos pelos quais os alemães se tornaram tão coniventes com o nazismo, e com isto, concordaram tacitamente com as atrocidades do regime. Os resultados da pesquisa chocaram o mundo acadêmico, pois a grande maioria dos voluntários da pesquisa se dispôs a infringir eletrochoques em outro ser humano até um nível fatal de voltagem, tendo como principal justificativa as ordens dadas por um ator instituído como autoridade constituída para o experimento.
Apesar de polêmica e contestada no decorrer dos anos, a pesquisa de Milgram apontou que um importante fator para a ação de um ser humano está no reconhecimento de uma autoridade externa, que o impele a fazer coisas que não faria em outros contextos. Pesquisas posteriores confirmaram este viés do ser humano em obedecer ou seguir aqueles que reconhecem como autoridade, cometendo atos que muitas vezes ultrapassam os limites éticos, legais ou morais.
Afinal, o que faz o ser humano agir? O que motiva a sua ação? O que faz com que uma pessoa acorde às 4 da manhã todos os dias para manter sua rotina de exercícios ou escalar a montanha mais alta do mundo? Ou obedecer a alguém que reconhece como autoridade, a ponto de executar ações que mais tarde geram terríveis consequências?
Milhares de páginas já foram escritas em torno do assunto “motivação”. E certamente muitas outras páginas ainda serão elaboradas sobre o tema. Mas uma história clássica protagonizada por Madre Teresa de Calcutá, famosa missionária católica que atuou grande parte de sua vida na Índia, pode nos dar algumas perspectivas sobre este tema.
Certa vez, Madre Teresa ouviu de um jornalista que a estava entrevistando que ele “não daria banho em um leproso nem por um milhão de dólares”. Ela respondeu: “Eu também não. Só por Amor se pode dar banho em um leproso".
A história mostra que Madre Teresa encontrou o que a fazia mover-se e priorizar as ações que executava durante o dia. Certamente o jornalista que a entrevistava também tinha razões que o fazia levantar-se e agir, seja uma entrevista ou o desejo de pagar as contas.
O ponto chave é o que o fator que guia as decisões e as ações de um indivíduo é interno. Seja por Amor, por dinheiro, por realização pessoal, por medo ou necessidade básica, o que faz com que uma pessoa tome uma decisão para agir está em seu coração e em sua mente.
Mas possuir autoconhecimento e mover-se em direção ao que se deseja alcançar são coisas totalmente distintas. Por exemplo, eu posso ter habilidade em escrever, e até gostar de escrever, mas fazer com que esta habilidade se transforme em livros ou peças de teatro demanda algo mais que conhecer meus talentos, minhas forças e minhas fraquezas.
E se alguma pessoa consegue, de alguma forma, manipular ou direcionar este fator interno, terá o controle desta pessoa, ou guiar as suas ações. É a teia no qual se envolve, às vezes, uma sociedade inteira, e da qual se torna tão difícil escapar.
Aqueles que deixaram sua marca no mundo e influenciaram milhões de pessoas, ou que viveram anonimamente, mas plenamente realizados, foram aqueles que encontraram em si o combustível para escapar da poderosa força da inércia gerada pelos padrões sociais, pelas necessidades básicas e pela necessidade de aceitação. Foram aqueles que lentamente subiram pelos degraus da escada de Maslow, e degrau por degrau, foram capazes de alcançar outros patamares de consciência e percepção de mundo.
Este combustível interno é pessoal e intransferível. E quando nos conectamos a este combustível, nos sentimos tão cheios de energia que somos capazes de finalmente nos movermos para sair da inércia no qual estamos presos. Sentimo-nos inspirados e capazes de concretizar o que desejamos.
Esta é uma força tão poderosa que os gregos desenvolveram uma palavra para explicar este sentimento, este êxtase, esta vontade que brota da pessoa como uma fonte inesgotável de inspiração e energia. Esta palavra é a característica das pessoas que concretizam seus sonhos e sobem os degraus da vida significa literalmente ter um deus dentro de si: entusiasmo.
Encontre o seu deus interno. Conecte-se com ele e você será capaz de dar o primeiro de muitos passos. Mas lembre-se: este conhecimento apenas você poderá alcançar. Mergulhe em si mesmo. Encontre aquilo que o faz mover-se. E então, mais do que você saber o significado de entusiasmo, você vai senti-lo. E sua coragem inata se acenderá de imediato.
Maurício Luz |
1º Belmiro Siqueira de Administração – em 1996, na categoria monografia, com o tema “O Cliente em Primeiro Lugar”.
E o 2ºBelmiro Siqueira em 2008, com o tema “Desenvolvimento Sustentável: Desafios e Oportunidades Para a Ciência da Administração”..
Ex-integrante da Comissão de Desenvolvimento Sustentável do Conselho de Administração RJ.
Com experiência em empresas como SmithKline Beecham (atual Glaxo SmithKline), Lojas Americanas e Petrobras Distribuidora, ocupando cargos de liderança de equipes voltadas ao atendimento ao cliente.
Maurício Luz é empresário, palestrante e Professor. Graduado em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1997).
Mestre em Administração de Empresas pelo Ibmec (2005). Formação em Liderança por Condor Blanco Internacional (2012).
Formação em Coach pela IFICCoach (2018). Certificado como Conscious Business Change Agent pelo Conscious Business Innerprise (2019).
Atualmente em processo de certificação em consultor de Negócios Conscientes por Conscious Business Journey.
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