Deputado Eduardo Bolsonaro |
Por
Matheus Lara – Estadão
“Para o deputado
federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho de Jair
Bolsonaro, o debate acerca da possibilidade de o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) deixar a prisão em Curitiba para
acompanhar o sepultamento de um parente só coloca o petista "em
voga posando de coitado". Lula perdeu nesta sexta, 1, o
neto Arthur, de sete anos, vítima de uma meningite.
O comentário foi feito
no Twitter, em resposta do deputado a um usuário que publicou
uma enquete a seus seguidores para opinarem sobre o tema. "Lula
é preso comum e deveria estar num presídio comum", escreveu
Eduardo. "Quando o parente de outro preso morrer ele também
será escoltado pela PF para o enterro? Absurdo até se cogitar isso,
só deixa o larápio em voga posando de coitado."
Lula pediu à Justiça
para deixar a prisão temporariamente para se despedir do
neto. Advogados do presidente dizem que ele será
liberado. Anteriormente, a Justiça negou pedido
semelhante feito pela defesa de Lula quando da morte de seu
irmão, Genival Inácio da Silva, o Vavá, no mês passado. Na
ocasião, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli
interveio e liberou a ida de Lula a um encontro com familiares, mas a
decisão foi tornada pública no mesmo momento em que o corpo de Vavá
era sepultado.
— Eduardo Bolsonaro
(@BolsonaroSP) 1 de março de 2019
Lula tem direito de ir a
enterro, dizem juristas
Especialistas em Direito
Constitucional e Penal afirmam que o ex-presidente tem direito de
sair para ir ao velório do neto. “Lula foi impedido de participar
do velório de seu irmão e, de última hora, conseguiu uma decisão
inexequível, pois o corpo deveria ir até ele”, lembra João Paulo
Martinelli ao Blog do Fausto Macedo, criminalista e professor de
direito penal da Escola de Direito do Brasil (EDB), para quem a ida a
cerimônias fúnebres é um direito fundamental.
Na opinião do advogado
Daniel Gerber, professor de Direito Penal e Processual Penal,
trata-se de uma questão de humanidade, que neste caso, supera
qualquer regra. “Aquela liminar dada, anteriormente, pelo ministro
Toffoli, presidente do Supremo, naqueles termos, sem dúvida, se
incorpora no pedido do ex-presidente para este momento”, considera
Gerber. “Justiça sem humanidade é tirania". “
Fonte:
Estadão
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