© Sérgio Lima Para o ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia), restrições na área prejudica desenvolvimento e estimula atividades ilegais |
Por Poder360
“O
ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, afirmou
nesta 2ª feira (4.jan.2018) que estuda autorizar a atividade de
mineração em terras indígenas e faixa de fronteira. Segundo o
ministro, as restrições que existem hoje para a mineração nessas
áreas prejudica seu desenvolvimento, estimula atividades ilegais e
ainda cria focos de conflito.
“As
restrições aplicadas a essas áreas não têm favorecido seu
desenvolvimento. Ao contrário, elas se tornaram focos de conflitos e
de atividades ilegais que em nada contribuem para seu desenvolvimento
sustentável e para a própria soberania e segurança nacional”,
disse, em encontro com grandes investidores e mineradoras do Canadá.
Bento
Albuquerque afirmou que o governo irá consultar os principais
envolvidos com a mineração em áreas indígenas. No entanto, o
ministro não detalhou como esse processo será conduzido. Ressaltou
que o governo está comprometido com 1 desenvolvimento da
mineração “assentado
em boas práticas sociais e ambientais”.
“Pretendemos
avaliar a possibilidade de ampliar o acesso aos recursos minerais
existentes em áreas restritivas a mineração, como as terras
indígenas e a faixa de fronteira. Esse processo será conduzido em
consulta próxima com todos os atores relevantes, tais como as
populações indígenas, a sociedade organizada, as agências
ambientais e, principalmente, o Congresso Nacional”,
disse.
Albuquerque
também voltou a defender a alteração do arcabouço legal do setor
nuclear para flexibilizar a pesquisa e estimular o investimento
privado nesse tipo de energia.
“Pretendemos
ainda estudar e avaliar a alteração do arcabouço legal do setor
nuclear, com vistas à flexibilização da pesquisa e da lavra de
minérios nucleares, bem como a criação de condições para que o
investimento privado possa desenvolver o setor”,
afirmou.
O
ministro disse ainda que o governo vai colocar em leilão diversas
áreas pertencentes ao CPRM (Serviço Geológico Brasileiro). Segundo
Bento Albuquerque, o 1º deles será leiloado ainda em 2019. O
projeto, já incluído no PPI (Programa de Parceria de
Investimentos), é voltado para a extração de cobre, chumbo e
zinco, na área de Palmeirópolis (GO). “Os
leilões vão obedecer a uma sistemática mais célere, objetiva e
transparente”,
disse.
Em
seu discurso, o ministro também falou sobre a agenda de reformas do
governo do presidente Jair Bolsonaro, com destaque para a da
Previdência. Bento Albuquerque disse que a sustentabilidade fiscal
vai abrir caminho para o aumento do investimento.
“A
essa agenda [de
reformas] agregam-se,
a garantia da segurança jurídica aos estrangeiros que desejarem
investir no Brasil, além de incentivos à multiplicação dos
investimentos públicos e privados em pesquisa, tecnologia e
inovação”, afirmou.
GOVERNO E TERRAS INDÍGENAS
Desde
sua campanha eleitoral em 2018, o presidente Jair Bolsonaro manifesta
defesa da exploração de terras indígenas.
Em
dezembro do ano passado, o presidente falou
em explorar de “forma
racional” a
Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Segundo ele, as
tribos indígenas locais ganhariam royalties com
isso.
Nos
primeiros dias de governo, Bolsonaro retirou
da Funai (Fundação
Nacional do Índio) a atribuição de demarcar terras indígenas e a
passou para o Ministério da Agricultura, comandado por Tereza
Cristina (DEM). A ministra foi deputada da bancada ruralista e
liderou a frente parlamentar da agropecuária em 2018.
A
identificação, delimitação e demarcação de terras indígenas
era uma das principais responsabilidades da Funai –órgão que
ficará esvaziado no novo governo e já havia sido transferido para a
pasta de Mulheres e Direitos Humanos.”
Fonte:
Poder360
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