Ex-diretora doa FUNAI, Silmara Veiga de Souza |
André
Borges - Estadão
BRASÍLIA
- "O Ministério da Justiça exonerou a diretora de proteção
territorial da Fundação Nacional do Índio (Funai), Silmara Veiga
de Souza. A área é responsável pelos processos de demarcação de
terras indígenas.
Souza
não chegou a completar dois meses no posto. Em 3 de setembro, ela
tinha sido nomeada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública,
Sérgio Moro. Seu nome foi indicado pelo delegado da Polícia Federal
Marcelo Augusto Xavier da Silva, que passou a presidir a Funai em
julho. A demissão do cargo, com data de 29 de outubro, foi assinada
pelo ministro da Justiça e Segurança Pública substituto, Luiz
Pontel de Souza, e publicada quinta-feira, 31, no Diário Oficial da
União.
Questionada
sobre a sua exoneração, Souza, que é advogada, disse que vê a
decisão como algo “natural”, após ter liderado o que chamou de
“fase de transição” da Funai. “É um cargo político, sou uma
pessoa de perfil técnico. Vejo minha saída como algo natural.
Apesar do tempo curto que fiquei, deixo um trabalho de bom resultado
e muitos amigos da Funai.”
No
fim do ano passado, ela advogou para clientes que contestaram o
procedimento administrativo de identificação e delimitação da
terra indígena ka’aguy hovy, em Iguape, no litoral sul de São
Paulo. A Funai reconheceu a área e a ocupação tradicional do povo
indígena guarani mbyá. As conclusões dos estudos de identificação
e delimitação da terra indígena e a aprovação de seu relatório
pelo Funai ocorreram em maio de 2017.
Ela
representava o escritório Veiga e Montemor Assessoria e Consultoria
Jurídica. No dia 19 de julho deste ano, Souza protocolou um
documento no órgão, repassando suas atribuições no caso para
outra advogada.
A
área de demarcação de terras indígenas é uma das mais sensíveis
dentro da Funai. Em diversas ocasiões, o presidente Jair Bolsonaro
já disse que nenhuma nova terra indígena será demarcada. Essa
postura é endossada pelo secretário de Assuntos Fundiários do
Ministério da Agricultura, Nabhan Garcia. A Funai limitou-se a
declarar que a lei permite nomeações e demissões em cargos de
confiança.”
Fonte:
Estadão
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