Praias como ficaram com o Petróleo vazou do navio de Bandeira Grega |
Caio
Spechoto - Poder360
“Para
se chegar à conclusão de que a mancha de óleo que atingiu o
litoral no Nordeste nas últimas semanas teve origem em 1 navio de
bandeira grega, a empresa que fez a descoberta recorreu a dados da
Nasa, da Airbus e foi sondada pela Agência Brasileira de
Inteligência (Abin).
A
empresa que atuou nas investigações é a HEX, que trabalha com
tecnologias geoespaciais e está sediada em Brasília. O diretor
executivo da organização, Leonardo Barros, deu entrevista a
jornalistas no fim da tarde desta 6ª feira (1º.nov.2019), na
capital, para explicar o processo.
Pesquisadores |
Barros
conta que a empresa fez o trabalho voluntariamente. O esforço
começou quando as primeiras notícias sobre o vazamento começaram a
ter destaque no noticiário.
A
Abin, conta o empresário, procurou a empresa para saber se eles
teriam condições de proceder uma investigação deste tipo. A
agência foi informada que a HEX já fazia a investigação.
O
diretor explicou que a primeira etapa foi determinar onde o “ponto
zero” do vazamento. “A dificuldade foi muito grande pela
disponibilidade de imagens de satélites na região”, disse.
Voluntários locais ajudam a recolher o petróleo |
Há
uma infinidade de registros de satélites que não são processados
por conterem informações sobre áreas de pouco interesse.
Após
observar variáveis como correntes marítimas e ventos, foi possível
encontrar uma imagem de arquivo com o ponto exato e o momento
aproximado do vazamento.
Tartarugas atingidas pelo petróleo |
A
foto mostra uma mancha abaixo da superfície, com cerca de 200
quilômetros de extensão, a cerca de 700 quilômetros da fronteira
entre os estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba. As imagens são
de 29 de julho a 1º de agosto.
Para
chegar a essa conclusão, a HEX rodou, sobre as informações
obtidas, 1 algoritmo que desenvolveu para buscar manchas de óleo.
A
empresa monitora, por exemplo, a Bacia de Campos, com grande produção
de petróleo, em 1 contrato com o Ibama. O executivo não respondeu
quanto o serviço de busca pela manha custaria, caso fosse cobrado.
De
acordo com Barros, o software analisou aproximadamente 1 bilhão de
quilômetros quadrados do Oceano Atlântico, distribuídos em 829
imagens de satélites. Praticamente todo o trabalho foi feito por
computadores. Apenas duas pessoas participaram do processo.
Passou-se,
então, a se procurar pela embarcação. Foi usado o banco de dados
AIS, que mostra a trajetória de navios legalizados no mundo todo
–cada embarcação tem algo como 1 transponder de avião.
Assim,
chegou-se ao Bouboulina, 1 navio-tanque de 274 metros de comprimento,
quase 180 mil metros cúbicos de carga, bandeira grega e operado pela
empresa Delta Tankers.
Perguntado
se a chance de ser outro barco é zero, Leonardo Barros respondeu:
“Na nossa avaliação, sim”.
Ele
conta que, além das imagens, foram usados dados de satélites do
tipo radar. Eles têm a capacidade de detectar embarcações ilegais.
Por isso, não seria possível que outra embarcação tivesse passado
pelo local e causado a mancha.
As
informações utilizadas vieram de satélites da Nasa, da ESA
(Agência Espacial Europeia) e da Airbus Defense and Space. A empresa
tem uma plataforma usada em pesquisas do tipo.
O
relatório (íntegra) foi concluído em 25 de outubro, e entregue à
Polícia Federal, como a Abin havia recomendado.
É
impossível, com base no estudo, saber se o derramamento foi
acidental ou intencional. Também não dá para ter certeza se há
mais óleo para chegar às praias – quase 300 localidades já foram
atingidas em toda a costa nordestina.”
Fonte:
poder 360
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