Por Ana Lúcia Dias
Ao
entrar no Teatro da Urca, na noite de sexta-feira, 25 último, já
deu para sentir o clima, com a música “Cálice” de Chico e Gil,
cantada por Chico Buarque e Milton Nascimento.
O
grupo de teatro do Instituto Federal Campus Poços, o IFOCO
apresentou “Que R(E)volução é essa?”, de autoria e direção
de Évila dos Anjos, que também atuou.
Uma
peça de teatro bem atual, que mostra o contexto no qual estamos
inseridos: a violência contra os estudantes, negros e mulheres na
questão dos feminicídios (que o assassinato de mulheres por
simples fato de ser mulher) em larga escala, a matança dos mais
desprotegidos, as crianças principalmente com o porte de armas liberado
pelo governo federal. O contingenciamento na Educação, em especial
nos Institutos Federais e Universidades Públicas.
A
censura à liberdade de expressão e à imprensa que é a única que
pode informar ao cidadão, seus direitos, que devem ser sabidos e
mantidos. Afinal está escrito na Carta Magna do país – A
Constituição federal de 1988.
E
ainda um dos filhos do presidente diz "que se houver radicalização
da Esquerda, (em tom de ameaça), que se pode ter novo AI-5".
Ele não sabe o que é democracia, nem pluralidade e debate de ideias, que é comum nas democracias.
"O
espetáculo (R)Evolução surgiu por conta de todo contexto histórico
que estamos vivenciando. A dramaturgia é uma junção de poemas
escritos por poetas que vivenciam diariamente estas opressões
mostradas no espetáculo. Fiz a pesquisa com muita cautela, para que
brindássemos de alguma maneira vozes àqueles que não têm sido
ouvidos. Na verdade, foi um grito coletivo, onde de alguma maneira
direcionei o grupo para que juntos pudessem extravasar nossas
inquietações, buscando esse misto de sensações e emoções,
perante todo esse sistema que estamos nos deparando.
O
trabalho que desenvolvi enquanto diretora foi buscar mecanismos que
possibilitassem esse sentir, que vai além das técnicas teatrais,
mas claro, sem descartar a preparação, por isso utilizei técnicas
do Teatro do oprimido, que é uma metodologia desenvolvida por
Augusto Boal, onde aguça as potencialidades de cada um e depois
organizando em coletivo.
O
texto foi montado exclusivamente para a apresentação do 30º FET – Festival Estudantil de Teatro –, depois
da pesquisa feita, fui criando e potencializando as cenas, tendo o
resultado esperado.
A
contribuição dos alunos foi fundamental, onde puderam mergulhar em
um rio de emoções que transbordaram no palco.” explica
a autora e diretora da peça, Évila dos Anjos.
Direção/
Criação:
Évila dos Anjos:
Operador
iluminação:
Gilbão Leeu
Participação
especial – Atuação:
Leidy Nara
Elenco:
Josi Carvalho, Ana Paula Ferreira, Danielle Vilas, Guilherme Abrão,
Larissa Egídio, Lívia Melo, Will Moreira
Veja algumas cenas em destaque:
Veja algumas cenas em destaque:
Entrevista com a diretora do espetáculo, Évila dos Anjos e com o Coordenador de Projetos da Secretaria de Educação de Poços de Caldas, Mario Augusto Marques
...que a arte nos aponte uma resposta "... Oswaldo Montenegro
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