Bolsonaro no Planalto em fevereiro. Aprovação do governo encontra dificuldades em reagir, mantendo-se em um dos patamares mais baixos registrados pelo PoderData Foto: Sergio Lima |
47%: presidente é ruim ou péssimo
Por Rafael Barbosa
"Pesquisa PoderData realizada nesta semana (1-3.mar.2021) indica que as taxas de rejeição ao trabalho de Jair Bolsonaro e ao seu governo seguem em patamar alto, mas sem variações além da margem de erro do levantamento (de 2 pontos percentuais).
A aprovação ao governo federal (“você aprova ou desaprova o governo do presidente Jair Bolsonaro?”) é de 40%. A desaprovação é de 51%. Outros 9% dizem não saber.
Duas semanas antes, no levantamento do PoderData de 15 a 16 de fevereiro, essas proporções eram de 43% (aprovação), 49% (desaprovação) e 8% (não sabe).
Mesmo tendo variado negativamente de 43% para 40% em duas semanas, a aprovação do governo federal deve ser considerada estável, como mostram as curvas do quadro a seguir. Também é importante notar que a margem de erro (2 pontos) vale para mais e para menos. Portanto, os 40% atuais podem ser até 42% (no limite máximo) e 38% (no limite mínimo). E os 43% de duas semanas atrás poderiam ser de 41% a 45%.
O PoderData também pede que os entrevistados respondam se o trabalho de Bolsonaro como presidente é ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo.
A avaliação negativa em relação ao desempenho pessoal do presidente está em um patamar elevado –com tendência de alta desde o início de dezembro (leia no gráfico abaixo).
No período em que foi realizada a pesquisa, o Brasil bateu consecutivos recordes e viu a situação da pandemia de covid-19 se agravar, contabilizando mais de 1.200 mortes diárias –considerando a média dos 7 dias anteriores. Pouco antes, também repercutiu muito na mídia a troca do comando da Petrobras e os aumentos na gasolina e no diesel. Nada disso, por ora, parece ter influenciado a percepção dos brasileiros sobre Bolsonaro e seu governo.
A pesquisa foi realizada pelo PoderData, divisão de estudos estatísticos do Poder360. A divulgação do levantamento é feita em parceria editorial com o Grupo Bandeirantes.
Para chegar a 2.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.
DESTAQUES DEMOGRÁFICOS: AVALIAÇÃO DO GOVERNO
O estudo destacou, também, os recortes para as respostas à pergunta sobre a percepção dos brasileiros em relação ao governo.
A administração federal sempre teve altas taxas de aprovação na região Norte. Nesta rodada, o indicador virou ao contrário, e há mais pessoas descontentes do que contentes com o governo (leia os percentuais abaixo), mesmo que com proporções parecidas com a média geral.
Os estratos que apresentam as mais altas taxas de desaprovação são: mulheres (55%); os que têm de 25 a 44 anos e os que têm 60 anos ou mais (55% em ambos os grupos); os com ensino superior (64%); moradores do Nordeste (58%); e os que ganham de 5 a 10 salários mínimos (63%).
Já os que mais aprovam são: os que têm de 45 a 59 anos (46%); moradores da região Sul (53%); e os que ganham de 2 a 5 salários mínimos (46%). As taxas dos demais grupos estão emboladas dentro da margem de erro com as proporções da avaliação geral.
DESTAQUES DEMOGRÁFICOS: AVALIAÇÃO DO TRABALHO
O estudo destacou, também, os recortes para as respostas à pergunta sobre a percepção dos brasileiros em relação ao trabalho de Bolsonaro.
Leia todos os percentuais no infográfico abaixo:
Bolsonaro é menos rejeitado entre os desempregados e sem renda fixa. Já as maiores taxas de reprovação são observadas entre os mais ricos.
Os percentuais destacados nesses recortes da amostra total usada na pesquisa se referem ao ponto central do intervalo de probabilidade no qual se enquadram.
As variações são maiores em alguns segmentos porque a amostra de entrevistados é menor. E quanto menor a amostra, maior a margem de erro. Por isso é importante realizar pesquisas constantes, como faz o PoderData. É possível verificar com maior precisão o que se passa em todos os estratos da sociedade.
OS 18% QUE ACHAM BOLSONARO ‘REGULAR’
No Brasil, pergunta-se aos eleitores como avaliam o trabalho do governante. As respostas podem ser: ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo. Quem considera a atuação “regular” é uma incógnita.
Para entender qual é a real opinião dessas pessoas, o PoderData faz um cruzamento das respostas desse grupo com os que aprovam ou desaprovam o governo como um todo. Os dados mostram que a proporção daqueles que enxergam o trabalho de Bolsonaro como “regular” e hoje aprovam seu governo é de 56%.
A aprovação era de 47% na pesquisa feita 15 dias antes. Agora é de 56%. A desaprovação passou de 38% para 28%.
PESQUISAS MAIS FREQUENTES
O PoderData é a única empresa de pesquisas no Brasil que vai a campo a cada 15 dias. Tem coletado um minucioso acervo de dados sobre como o brasileiro está reagindo à pandemia de coronavírus.
Num ambiente em que a política vive em tempo real por causa da força da internet e das redes sociais, a conjuntura muda com muita velocidade. No passado, na era analógica, já era recomendado fazer pesquisas com frequência para analisar a aprovação ou desaprovação de algum governo. Agora, no século 21, passou a ser vital a repetição regular de estudos de opinião."
Fonte: Poder 360º
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