Votação do plebiscito sobre a nova Constituição em Santiago, no Chile, em 4 de setembro de 2022 — Foto: Pablo Sanhueza/Reuters |
Por g1
"Com 98,43% das urnas apuradas, o placar de 61,90% pela reprovação ('Rechazo') e 38,10% pela aprovação ('Apruebo') do texto; segundo o jornal 'La Tercera', especialistas consideram resultado irreversível. Processo para que se chegasse ao plebiscito começou em 2019, após por onda de manifestações. Carta atual foi promulgada na época da ditadura de Pinochet."
Uma mulher mapuche vota no plebiscito da nova Constituição no Chile, em 4 de setembro de 2022 — Foto: Juan Gonzalez/Reuters |
Pontos polêmicos
- Fim do Senado – A Constituição vigente divide o Congresso entre a Câmara dos Deputados e o Senado. Este último pode aperfeiçoar o trabalho dos deputados. A proposta de Constituição elimina o Senado e cria duas Câmaras de poder "assimétrico": um Congresso de Deputados para a formulação de leis e uma Câmara das Regiões só para as leis referentes a acordos regionais, sem o peso que o Senado atual teve até agora.
- Sistemas de Justiça indígenas – a Constituição de 1980 não faz referência nenhuma aos povos originários. O novo texto propõe autonomia para os indígenas reconhecendo 11 povos e nações, mas não permite atentar contra o caráter "único e indivisível" do Estado do Chile. Entre os pontos mais polêmicos está o reconhecimento dos sistemas jurídicos indígenas, mas com a ressalva de que os mesmos devem respeitar a Constituição, tratados internacionais e que a Corte Suprema terá a última palavra.
- Igualdade de gênero – A proposta de Constituição define o Chile como uma democracia paritária, na qual as mulheres ocuparão pelo menos 50% dos cargos nos poderes e órgãos do Estado.
- Aborto – A Constituição de 1980 protege a vida de quem está para nascer. No novo texto, foi incluído o direito à interrupção voluntária da gravidez.
- Plano de saúde – Hoje, todos os trabalhadores formais devem, obrigatoriamente, destinar 7% de seu salário para a saúde. É possível optar por um plano totalmente privado, mas esse pagamento mensal muitas vezes não cobre totalmente as despesas acarretadas por uma enfermidade. A proposta estabelece que as despesas obrigatórias em saúde sejam 100% destinadas ao sistema público. As pessoas também serão livres para contratar um plano privado.
- Aposentadorias – desde a Constituição de 1980, as aposentadorias dependem de aportes exclusivamente do trabalhador em fundos de pensões privados que pagam aposentadorias abaixo do salário mínimo de US$ 400 dólares e são 60% menores do que o último salário. A proposta propõe um Sistema de Previdência Social público, financiado por trabalhadores e empregadores." ( É a de Paulo Guedes)
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