Foto: Rafaela Felicciano/Metrópole |
Por Guga Noblat, o blog do Noblat
"A história não será condescendente com Bolsonaro. Daqui em diante, será somente o líder de parcela restrita da irracionalidade presente"
É verdade, como dizia Goebbels, que “uma mentira dita mil vezes torna-se verdade”. Mas, como disse John Kennedy, “você pode enganar algumas pessoas todo o tempo, todas as pessoas algum tempo, mas não todas as pessoas todo o tempo”. A mentira não substitui o prato na mesa, não provê sustância onde nada se fez, e nada se representa. Assim, simplesmente, perdeu.
A história não será condescendente com Bolsonaro. Daqui em diante, será somente o líder de parcela restrita da irracionalidade presente. Como se diz na política, quem está saindo do poder bebe o café frio, tão longo vira o percurso do garçom pelos corredores. Eleito como 3ª via em 2018 para combater a “Velha Política” e para implementar uma economia liberal, à “Velha Política” ele se aliou, e quanto ao programa liberal, nada se fez. Amarga rejeição pessoal acima dos 50%, impeditiva para a reeleição, seja por qual diferença for. No day after das eleições, em 31 de outubro, a bolsa subiu 1,31% e o dólar caiu 2,54%, na sinalização positiva do mercado nacional e internacional à ampla frente que Lula representa. Ao mesmo tempo, a desordem se instalou nas estradas brasileiras com o subsídio caminhoneiro de Bolsonaro de R$ 1mil por mês durante as eleições e a assim percebida complacência da Polícia Rodoviária Federal, primeiro capítulo do nosso Capitol Hill ciclotímico. No Dia de Finados, a desordem urbana se repete. Do total do eleitorado, Bolsonaro teve 33% no 1º turno, 37% no 2º turno; o representante dos 1/3; 20% de núcleo duro eleitoral; 1% de radicais. Perdeu porque a maioria não o quer."
Ricardo Guedes é Ph.D. pela Universidade de Chicago e CEO da Sensus
Fonte:Metrópole
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