Fachada do Hospital São Paulo, na Zona Sul de SP — Foto: Reprodução |
"Declaração foi dada durante reunião com o grupo de transição do governo. Seriam necessários R$ 65 milhões para remunerar profissionais de hospitais universitários."
Por Luiza Tenente, g1
"Durante reunião nesta segunda-feira (5) com o grupo de transição do governo, o Ministério da Educação (MEC) afirmou que não conseguirá pagar as bolsas dos cerca de 14 mil médicos residentes que trabalham em hospitais universitários federais.
A residência médica é um tipo de pós-graduação que funciona como um "treinamento em serviço": os alunos trabalham nas instituições de saúde (como no Hospital São Paulo, vinculado à Universidade Federal de São Paulo - Unifesp) sob a supervisão de médicos mais experientes. Atualmente, o valor mínimo mensal pago a cada participante é de R$ 3.300,43 (pode haver complementos).
Por causa dos bloqueios orçamentários sofridos na última semana, faltarão à pasta os R$ 65 milhões necessários para as remunerações referentes a dezembro (as que devem ser efetivadas no início de janeiro).
Um decreto do governo federal, de 1º de dezembro, "zerou" a verba do MEC disponível para gastos considerados "não obrigatórios", como:
- ✔bolsas estudantis;
- ✔salários de funcionários terceirizados (como os das equipes de limpeza e segurança)
- ✔e pagamento de contas de luz e de água.
Por enquanto, sem evidências de atrasos no CNPq
Cronologia dos bloqueios no MEC
- Em 28 de novembro, associações de instituições federais denunciaram que o MEC havia bloqueado R$ 366 milhões (R$ 244 milhões das universidades e R$ 122 milhões dos institutos) do orçamento de dezembro, "no apagar das luzes" de 2022. A pasta não entrou em detalhes, mas disse que havia sido notificada e que "procurava soluções".
- No mesmo dia do desbloqueio, à noite, o dinheiro voltou a "sumir". O Conif divulgou um documento, assinado pelo setor financeiro da pasta às 19h37, que mostra que a gestão Bolsonaro "zerou o limite de pagamentos das despesas discricionárias do MEC previsto para o mês de dezembro".
- Dessa vez, nos institutos federais, o bloqueio foi ainda maior, diz o Conif: de R$ 208 milhões. Nas universidades, manteve-se em R$ 244 milhões."
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