sexta-feira, 22 de julho de 2016

Dilma Rousseff julgada por um "não crime"

"Agora te digo o seguinte: em nenhuma dessas vezes eu senti tamanha dificuldade como agora", disse Dilma Rousseff

A presidente afastada Dilma Rousseff (PT), em entrevista a uma rádio gaúcha, nesta quinta-feira (21), comparou o processo de impeachment com o tratamento de um câncer a que foi submetida, além de falar sobre as torturas sofridas quando foi presa política na ditadura militar.

Dilma Rousseff afirmou que "em nenhuma dessas vezes" sentiu "tamanha dificuldade como agora", ao referir que o impedimento é uma "injustiça" cometida no regime democrático e que ela está sendo julgada por um "não crime".

"Na minha vida toda eu lutei em várias circunstâncias difíceis. Eu lutei na ditadura, e aí obviamente eu acho que para qualquer um dos brasileiros e brasileiras que foram torturados, sabem que a tortura é talvez um dos limites da degradação humana. De quem faz [a tortura], mas também é muito, mas muito, ruim pra quem sofre. E eu também enfrentei um câncer", contou Dilma, que complementou: "agora te digo o seguinte: em nenhuma dessas vezes eu senti tamanha dificuldade como agora".

Ela fez as declarações ao responder a um dos entrevistadores da rádio Pampa, do Rio Grande do Sul, sobre seus sentimentos em relação ao período vivido. A presidente afastada se submeteu com sucesso a um tratamento contra câncer em 2009, quando era ministra-chefe da Casa Civil do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sobre o período da ditadura (1964-1985), Dilma integrou movimentos clandestinos de combate ao regime militar, tendo sido presa e torturada.

Atualmente ela é alvo de um processo de impeachment no Senado Federal, sob a acusação de ter executado práticas financeiras ilegais, as chamadas "pedaladas fiscais". A defesa de afirma que não há irregularidades nos fatos apontados na denúncia.

Ainda na entrevista, Dilma Rousseff criticou o jornal Folha de S. Paulo por não ter divulgado, em um primeiro momento, o resultado de pesquisa Datafolha que apontava que 62% dos brasileiros são a favor de novas eleições para a Presidência da República.

"Nunca comentei pesquisa, mas fico indignada diante dessa distorção. Como que não é importante saber o que a população brasileira acha?", perguntou.


O editor-executivo do jornal, Sérgio Dávila, alegou que a decisão de não publicar o resultado dessa pergunta do levantamento foi tomada porque a realização de novas eleições, na prática, não é provável no atual cenário político.”


Fonte: UOL

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