"Uma polêmica sobre pesquisa Datafolha divulgada no domingo passado pelo jornal “Folha de S.Paulo” levou a direção do jornal a publicar esclarecimento em seu site na quarta-feira.
Blogs
que apoiam a presidente afastada, Dilma Rousseff, acusaram o jornal
de ter manipulado a pesquisa a favor do presidente interino, Michel
Temer. A direção da “Folha”, porém, negou equívoco e
reafirmou a reportagem sobre a consulta.
O
centro do imbróglio é uma pergunta sobre a permanência de Temer ou
a volta de Dilma. “Na sua opinião, o que seria melhor para o país:
que Dilma voltasse à Presidência ou que Michel Temer continuasse no
mandato até 2018?” foi a questão feita aos entrevistados em 14 e
15 de julho. Para 50%, Temer deve ficar, enquanto 32% responderam que
Dilma deve reassumir e 3% disseram que preferiam nova eleição.
Os
críticos afirmaram que teria havido erro na pesquisa porque a opção
sobre novas eleições não teria sido oferecida aos entrevistados.
Em seu site, na
quarta-feira, o jornal publicou: “Não há erro, e tanto a ‘Folha’
quanto o Datafolha agiram com transparência”, afirma Alessandro
Janoni, diretor de pesquisa do instituto.
O
Datafolha informou que a opção “novas eleições” foram
mencionadas espontaneamente por 3% dos entrevistados e, portanto, ela
foi incluída na pesquisa.
“Se
uma alternativa é citada espontaneamente por mais de 1% dos
pesquisados, isso deve ser destacado”, afirmou Janoni na
reportagem.
O
Datafolha acrescentou que foi feita uma pergunta explícita sobre a
realização de nova eleição e que 62% se disseram favoráveis.
Essa questão não foi reproduzida na reportagem divulgada pela
“Folha”.
Sobre
a não publicação de algumas questões do relatório, Sérgio
Dávila, editor-executivo da “Folha”, afirmou que é prerrogativa
do jornal escolher o que acha jornalisticamente mais relevante no
momento em que decide publicar a pesquisa.
“O
resultado da questão sobre a dupla renúncia de Dilma e Temer não
nos pareceu especialmente noticioso, por praticamente repetir a
tendência de pesquisa anterior e pela mudança no atual cenário
político, em que essa possibilidade não é mais levada em conta”,
disse Dávila, no texto publicado no site do jornal paulista.
Dávila
ressalta que não é incomum o Datafolha fazer mais perguntas do que
as que acabam sendo utilizadas nas reportagens.
A
realização de novas eleições é uma tese que passou a ser
defendida por Dilma desde que foi afastada do cargo, após o Senado
aceitar a abertura do processo de impeachment.
A
pesquisa teve margem de erro de dois pontos percentuais e ouviu 2.792
pessoas em 171 cidades.”
Fonte: MSN
Fonte: MSN
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