Por
Natalia Aarao
"A
vida corrida em um escritório pode ser muito perigosa. É na rotina
profissional que nascem os principais problemas causadores do
infarto. Por conta disso, é importante planejar bem o trabalho para
evitar hábitos prejudiciais à saúde, adotados para compensar
situações como falta de tempo ou muitas tarefas acumuladas.
Fast-food
Comer
em lanchonetes se tornou um estilo de vida para muitas pessoas, que
acabam optando pelo “junk food” por serem mais rápidos e
práticos. Porém, esse hábito está cercado de perigos: aumento da
obesidade, aumento do colesterol e risco de infarto.
Se
você é daqueles que não quer sair do escritório nem para comer,
se organize e leve alimentos saudáveis da sua casa: frutas,
hortaliças, fibras, minerais e laticínios com baixos teores de
gordura. Ande sempre com barrinhas de cereais no bolso para os
intervalos. Evite refrigerantes.
Sedentarismo
A
falta de tempo e de motivação para iniciar uma atividade física
após um longo dia de trabalho é muito comum entre pessoas do
mercado de trabalho. Quem não se exercita possui um risco duas vezes
maior de sofrer doenças do coração, ter pressão alta e
desenvolver diabetes, independentemente do fato de estar ou não
acima do peso.
Uma
nova pesquisa realizada no Canadá demonstra que apenas um minuto de
exercício de alta intensidade pode melhorar a sua saúde, tanto
quanto 45 minutos de um treino moderado. Isso significa que você não
pode mais dizer que não tem tempo suficiente para entrar em forma.
Subir alguns lances de escada na hora de almoço pode propiciar um
treino rápido e eficaz.
Almoços
e jantares de negócios muitas vezes vêm acompanhados de um bom
vinho. O problema é quando isso se torna frequente. O álcool
aumenta a pressão arterial e sua dose máxima diária recomendada é
de até 30g de etanol para homens e 15g para mulheres. As quantidades
máximas diárias sugeridas dos tipos de bebidas alcoólicas mais
comuns são: 2 latas (350 x 2 = 700 ml) ou 1 garrafa (650 ml) de
cerveja; 2 taças de 150 ml ou 1 taça de 300 ml de vinho; 2 doses de
50 ml de uísque, vodca ou outra bebida destilada.
Fumantes
têm três vezes mais risco de sofrerem um ataque cardíaco do que as
pessoas que não fumam. Além de causar dependência, o cigarro
facilita o processo de adesão de placas de gordura nas paredes dos
vasos sanguíneos, e a formação de coágulos também é mais rápida
nos tabagistas, o que pode levar ao infarto.
A
recomendação não poderia ser outra: Pare de fumar!
O
estresse leva à produção de adrenalina e cortisol, que causam
estreitamento das artérias, aumento da pressão arterial e aumento
do consumo de oxigênio pelo coração, além de diminuir a
imunidade, favorecendo o aparecimento de doenças como o herpes.
O
estresse pode fazer mal não só para a sua performance como para a
sua vida. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de
Doenças, aproximadamente dois terços de todas as visitas
hospitalares têm como motivo problemas relacionados ao estresse e
75% de todos os gastos com remédios são para curar problemas
gerados por ele. Estresse pode causar pressão alta, doenças
autoimunes, câncer, doenças do coração, insônia, depressão,
ansiedade e mais.
Recomenda-se
que sejam feitos intervalos durante o trabalho para que se possa
relaxar com um alongamento, massagem ou qualquer outra coisa que faça
esquecer do trabalho e descansar a mente por alguns minutos.
Dormir
pouco e mal é um hábito que pode trazer efeitos imediatos muito
ruins no dia-a-dia, como cansaço, sonolência, irritabilidade, falta
de paciência e falhas de memória, por exemplo. No entanto, o maior
risco é cardiovascular, levando ao um infarte ou um AVC, em função
de não se produzir a melatonina, o hormônio do sono, que é
produzido a partir das 2h da manhã. A falta de sono leva à
produção de cortisol e adrenalina, semelhante ao que ocorre no
estresse. O indicado é um adulto dormir um sono tranquilo de 7 a 8
horas por noite.
Ficar
sentado por muito tempo
Pessoas
que ficam sentadas durante longos períodos, mesmo em escritórios,
estão mais propensas a ter problemas circulatórios. Com o movimento
reduzido, a tendência é a pessoa se desidratar, em função do
ambiente seco, com ar refrigerado permanentemente ligado e ingestão
de quantidade pequena de líquidos. As pernas incham, a pessoa fica
desidratada e o retorno venoso diminui, favorecendo a formação de
trombos, que podem migrar para o coração, causando um infarto. O
recomendado é sempre mexer os pés para baixo e para cima e caminhar
de tempos em tempos."
Sobre a autora:
Natalia
Aarao é médica pós graduada pelo Instituto do Coração (InCor) do
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo (USP), atua na área da clínica médica, da cardiologia e
da Tomografia e Ressonância Cardíacas, sendo membro da Sociedade
Brasileira de Cardiologia e da American College of Cardiology.
Trabalhou como assistente do Prof. Dr. Roberto Kalil filho e,
atualmente, faz parte do Corpo Clínico dos Hospitais Albert Einstein
e Sírio Libanês.
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