...e se torna inelegível até 2024
Presidente em exercício, Michel Temer
“Condenado por doar um
valor acima do permitido na eleição de 2014, o presidente interino
Michel Temer não poderá disputar eleições até 2024.
De acordo com informações
do Dia, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo condenou
Temer a pagar uma multa de R$ 80.037,75, além de o tornar inelegível
por 8 anos. O peemedebista tem até 19 de agosto para quitar a multa.
Por lei, uma pessoa
física não pode doar mais do que 10% dos rendimentos declarados no
Imposto de Renda. Em 2014, Temer desembolsou R$ 100 mil para ajudar
os deputados federais pelo Rio Grande do Sul, Alceu Moreira e
Darcísio Perondi, que foram reeleitos.
De acordo com a Receita
Federal, o presidente interino poderia ter doado até R$ 84 mil. Como
o valor foi superior, Temer caiu na Lei da Ficha Limpa e tornou-se
inelegível por oito anos a partir da data da condenação."
E
tem mais...
Odebrecht cita Temer
em negociação de delação premiada
“TUDO DECLARADO – O
presidente interino Michel Temer: ele confirma o jantar com Odebrecht
no Palácio do Jaburu, mas garante que pediu apoio financeiro dentro
da lei e que tudo foi declarado"
“VEJA teve acesso a um
anexo da delação premiada mais esperada do escândalo do petrolão.
A Odebrecht mobilizou mais de uma centena de advogados para
assessorar a delação de seu presidente, Marcelo Odebrecht, e de
cerca de cinquenta executivos da empresa.
No trecho a que VEJA teve
acesso consta a informação de que em maio de 2014 houve um jantar
no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente da
República. Nele, estavam o próprio vice Michel Temer e o então
deputado Eliseu Padilha, atual ministro-chefe da Casa Civil.
Do lado
da empreiteira, Marcelo Odebrecht. Segundo os termos do anexo, Temer
pediu “apoio financeiro” ao empresário.
Marcelo Odebrecht, um
campeão em contratos com o governo federal e um financiador generoso
de políticos e campanhas eleitorais, prometeu colaborar. Afinal,
estava diante do vice-presidente da República e comandante em chefe
do PMDB, o maior partido do país, que controlou desde a
redemocratização cargos estratégicos da máquina pública, como
diretorias da Petrobras e de estatais do setor elétrico.
A Lava-Jato já sabe que
empreiteiras repassaram propinas a partidos na forma de doações
eleitorais. Ou seja: que usaram a Justiça Eleitoral para lavar
dinheiro sujo. No caso da negociação no Jaburu, o anexo da
empreiteira promete provar, caso a delação seja homologada, que se
deu uma operação distinta: o pagamento do “apoio financeiro”
aconteceu em dinheiro vivo, entre agosto e setembro de 2014.
A
Odebrecht repassou 10 milhões de reais ao PMDB. Do total, 4 milhões
tiveram como destinatário final o próprio Eliseu Padilha. Já os 6
milhões de reais restantes foram endereçados a Paulo Skaf,
presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(Fiesp).
Skaf tem boa relação
com Marcelo Odebrecht e é apontado como o mentor do jantar entre o
empreiteiro e os peemedebistas, do qual não participou. Em 2014, ele
disputou o governo de São Paulo pelo PMDB graças ao apoio de Temer.
O repasse dos 10 milhões de reais em dinheiro vivo está, segundo o
anexo, registrado na contabilidade do setor de operações
estruturadas da Odebrecht, também conhecido como “departamento da
propina”.
Em nota, o presidente
interino confirmou o jantar e afirmou que ele e o empresário
conversaram “sobre auxílio financeiro da construtora Odebrecht a
campanhas eleitorais do PMDB, em absoluto acordo com a legislação
eleitoral em vigor e conforme foi depois declarado ao Tribunal
Superior Eleitoral”. Segundo dados do TSE, a Odebrecht repassou
11,3 milhões de reais à direção nacional peemedebista em 2014.
Seria a mesma doação? Para evitar fraudes, a Justiça Eleitoral
exigia que os recursos doados legalmente pelas empresas fossem
depositados na conta do partido. Na delação da empreiteira, os 10
milhões saíram em dinheiro vivo e foram contabilizados em seu
“caixa paralelo”.
Eliseu Padilha |
Temer não esclareceu se
foi ele quem pediu a ajuda financeira, conforme relatado à
força-tarefa da Lava-Jato, ou se a iniciativa partiu de Marcelo
Odebrecht. Consultado por VEJA, Eliseu Padilha enviou uma nota. Diz:
“Lembro que Marcelo Odebrecht ficou de analisar a possibilidade de
aportar contribuições de campanha para a conta do PMDB, então
presidido pelo presidente Michel Temer”. Padilha negou que tenha
recebido os recursos da Odebrecht.
De acordo com sua assessoria:
“Como Eliseu Padilha não foi candidato, não pediu nem recebeu
ajuda financeira de quem quer que seja para sua eleição”. Paulo
Skaf também declarou que a empreiteira não doou para a sua campanha
e que recebeu apenas 200 000 reais da Braskem, petroquímica
controlada pela Odebrecht. A empreiteira não comenta o assunto sob a
alegação de que está negociando uma delação premiada e tem o
compromisso de manter a confidencialidade."
Fonte: noticias ao minuto / Veja.com
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