Ex-presidente Lula |
“Trechos
vazados ao Estadão de delações de Flávio Gomes Machado Filho e
Otávio Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, negam o
envolvimento do ex-presidente Lula tenha pedido ou recebido qualquer
vantagem por apresentar a Andrade Gutierrez para o ex-presidente Hugo
Chávez numa reunião em Recife; à força-tarefa da Lava Jato,
Azevedo ainda negou que a empresa tenha pago propina a Lula via
contratação fictícia de palestras, pela empresa LILS; executivo
afirmou que as cinco palestras foram comprovadamente executadas por
Lula”
“Mais um vazamento
seletivo da Lava Jato, com o objetivo de acertar a imagem do
ex-presidente Lula (PT), entra para as estatísticas. Mas, dessa vez,
a leitura é curiosa. Só quem chegou ao final da matéria publicada
pelo Estadão, na quarta (29), pôde compreender que trechos de duas
delações premiadas mais parecem servir de peça de defesa para Lula
nas denúncias de tráfico de influência internacional e recebimento
de propina via empresa de palestras, a LILS.
Flávio Gomes Machado Filho |
As delações,
obtidas pelo Estadão, são de Flávio Gomes Machado Filho e Otávio
Azevedo, executivo e ex-presidente da Andrade Gutierrez.
Consta
nos documentos divulgados pelo Estadão os "detalhes" da
participação de Lula em negócio da Andrade Gutierrez na Venezuela.
A
edição do jornal, num primeiro momento, leva à interpretação de
que Lula ajudou a burlar uma "concorrência internacional"
em favor da empresa brasileira, mas as delações explicam o que
aconteceu.
Chaves e Lula |
Em
meados de 2008, a Andrade Gutierrez disputava na Venezuela uma obra
com uma empresa de origem italiana, a Danielle. Percebendo que não
chegaria a ser escolhida pelo então presidente Hugo Chávez,
dirigentes da Andrade buscaram o contato de Lula, que disse que só
ajudaria se nenhuma outra empresa nacional estivesse disputando o
mesmo projeto.
Pela
delação de Machado Filho, é possível compreender que na Venezuela
não há lei de licitação como no Brasil. As empresas lá são
contratadas por "indicação". A italiana tinha o apoio do
governo daquele país. Por isso, a Andrade Gutierrez decidiu recorrer
ao presidente brasileiro.
Tanto
Mesquita quanto Azevedo afirmam que Lula não pediu nem recebeu nada
em troca de apresentar a Andrade Gutierrez para Hugo Chávez numa
reunião em Recife. Após o lobby de Lula, a Andrade Gutierrez ganhou
o projeto, que foi executado com financiamento do BNDES.
A
força-tarefa da Lava Jato, Azevedo ainda negou que a Andrade
Gutierrez tenha pago propina a Lula via contratação fictícia de
palestras, pela empresa LILS. O executivo afirmou que as cinco
palestras foram comprovadamente executadas por Lula.
O
destaque do Estadão foi para a denúncia de que pela obra
conquistada na Venezuela, com financiamento do BNDES, o ex-tesoureiro
do PT, João Vaccari Neto, procurou o executivo Flávio Machado para
cobrar propina de 1% sobre o contrato fechado.
Segundo
Otávio Azevedo - que disse ter ouvido a história de Machado - a
Andrade Gutierrez pagou a propina supostamente exigida por Vaccari
via doação oficial, contabilizada e registrada na Justiça
Eleitoral.”
Fonte: 247
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