O MEC vai oferecer 150 mil novos contratos de financiamento de mensalidades em universidades privadas. Sob nova regra, inscrição começou na terça (7).
"O
governo federal reduziu em 34,7% o valor máximo das mensalidades
financiadas por meio do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies)
nos contratos que serão fechados a partir do primeiro semestre de
2017. Segundo o Ministério da Educação (MEC),
o limite passa a ser de até R$ 5 mil por mensalidade, o que
representa um teto de R$ 30 mil por semestre letivo.
O
novo teto sinaliza, segundo o ministro Mendonça Filho, o primeiro
passo na reestruturação completa do Fies. Atualmente, um grupo do
MEC em conjunto com representantes da Fazenda trabalha em alterações
que devem ser anunciadas no fim de março.
O
Fies oferece contratos de financiamento de cursos de graduação em
universidades e faculdades particulares. Os candidatos são
selecionados com base em suas notas no Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem)
e por critérios socioeconômicos. Atualmente, o Fies financia cerca
de 1,5 milhão de estudantes no Brasil, com cerca de 49,8%
de inadimplência.
Neste
ano, o MEC prevê gastar R$ 1,5 bilhão com novos contratos. O
desembolso total do governo já ultrapassa R$ 20 bilhões com os
contratos de financiamento, sendo que além deles ainda há cerca de
R$ 9 bilhões extras com custos fiscais.
Novos
contratos em 2017
A
seleção dos novos contratos do primeiro semestre de 2017 começa a
partir de terça-feira (7) no site http://fiesselecao.mec.gov.br.
Serão oferecidos 150 mil novas vagas. O ministro assegurou que a
mudança não vale para estudantes que já têm contratos de
financiamento vigente, já que eles foram assinados com base em
outras regras.
Em
janeiro, o governo havia garantido que o número de novos contratos
do programa em 2017 seria pelo menos igual ao de 2016, ou seja, no
mínimo 220 mil,
considerando os dois semestres. No primeiro semestre de 2016, foram
abertas 149 mil novas vagas.
Teto nas mensalidades
No
semestre passado, o teto de financiamento do Fies era de R$ 42 mil.
Segundo o ministro, caso o mesmo teto fosse mantido, ele teria que
ser reajustado e subiria para R$ 46 mil.
Mendonça
Filho disse que a função do governo é "definir critérios de
financiamento, e não simplesmente financiar a qualquer preço um
curso a partir de uma mensalidade determinada por um ente privado".
Mansueto
Facundo de Almeida Júnior, do Ministério da Fazenda, explicou que o
pacote está sendo estudado por um comitê interministerial e que o
objetivo é garantir a "sustentabilidade, a previsibilidade, a
transparência e o controle" do Fies.
Mansueto
explicou que as mudanças são uma reação ao crescimento
exponencial do Fies nesta década. "De 1998 até 2009, 2010, o
total de alunos com crédito estudantil não passava de 200 mil",
disse ele. "De 2010 a 2015 passou de 200 mil para 1,9 milhão."
Atualmente,
há 1,5 milhão de contratos ativos, segundo dados do MEC. Mansueto
também comparou o financiamento público no ensino superior privado
com as universidades públicas. Segundo ele, em menos de dez anos, o
número de matrículas no setor privado financiadas pelo poder
público é semelhante ao número de vagas de graduação no setor
público abertas em cinquenta anos.
Reestruturação do Fies
Apesar
de a mudança completa do Fies estar prevista para ser anunciada
somente em março, MEC e Fazenda apontaram diretrizes:
- Programa deve apontar com antecedência o total de vagas que serão ofertadas a cada ano
- Não há previsão de que bancos privados participem do Fies
- Ministério estuda ampliação do Prouni como contrapartida às mudanças
- Orientação para os estudantes sobre a realidade local do mercado de trabalho para que avaliem a relação custo benefício do financiamento
- Divulgação regular de relatórios de acompanhamento do Fies
Contratos vigentes
O
Fies exige que os universitários renovem o contrato a cada semestre
letivo, para confirmar ou alterar as informações. Estudantes que já
têm contrato de financiamento do Fies podem fazer o aditamento para
o segundo semestre de 2017 até
o dia 30 de abril.
No
ano passado, cerca
de 30 mil estudantes perderam seus contratos do Fies porque
eles não foram renovados para o primeiro semestre letivo de 2017. O
número representa 2% do total de cerca de 1,5 milhão de contratos
vigentes.
Cada
contrato de financiamento deve ser renovado (ou aditado) a cada novo
semestre. Primeiro, o sistema, chamado SisFies, é aberto para que as
instituições insiram os dados sobre os contratos dos estudantes.
Depois, o sistema dá acesso aos estudantes, que verificam e validam
as informações, para que então o procedimento de renovação
contratual seja finalizado.
No
caso de aditamentos não simplificados, ou seja, quando algum dado
cadastral precisa ser alterado, como, por exemplo, o fiador, o
processo tem uma etapa extra: ao acessar o SisFies, o estudante
precisa emitir um Documento de Regularidade de Matrícula (DRM) e
entregá-lo ao banco que serve como agente financeiro do contrato.”
Fonte: G1.com.br
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