Alexandre de Moraes |
20/02/201721h20
“O
ministro licenciado da Justiça, Alexandre de Moraes, foi alvo nesta
segunda-feira, 20, de três manifestações contra sua indicação à
vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Em São Paulo, o ato ocorreu
nesta noite em frente à Faculdade de Direito da Universidade de São
Paulo (USP), no Largo São Francisco. No Rio, o protesto foi
realizado no Circo Voador, com artistas e meio acadêmico. Nesta
terça-feira, 21, Moraes
será sabatinado por parlamentares da Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) do Senado como parte do processo de sua indicação.
A previsão é de que o colegiado aprove sem obstáculos seu nome à
Corte.
Em
Brasília, pela manhã, estudantes do Centro Acadêmico XI de Agosto,
entidade representativa dos alunos do curso de Direito da USP,
entregaram à CCJ um abaixo-assinado com cerca de 270 mil assinaturas
contra a indicação de Moraes ao cargo.
O
ato de repúdio desta noite no Largo São Francisco reuniu cerca de
150 pessoas e quatro juristas. Segundo os próprios participantes, o
meio jurídico pouco tem se manifestado contra a nomeação por
receio.
Nos
discursos, os oradores contestaram a carreira do ex-ministro e a
legitimidade das obras publicadas por Moraes, acusado informalmente
de plagiar um jurista espanhol em um de seus livros e de ter mentido
sobre sua vida acadêmica.
O
professor de Direito Penal da USP, Sérgio Salomão Shecaira, disse
que Moraes afirmou em seu currículo ter cursado pós-doutorado na
universidade em 1998 quando o curso ainda não existia. "Quando
alguém ascende de forma tão rápida na carreira é porque ocorreu
alguma coisa exótica. Exotismo é típico de quem cria e copia",
afirmou o professor. Em sua fala, Shecaira disse que estava
"visivelmente constrangido" por participar de um evento
contra um colega.
A
advogada Ana Lucia Pastore, coordenadora do Núcleo de Antropologia
do Direito da USP, classificou a eventual nomeação de Moraes "uma
vergonha para todos professores do Brasil". "Se eu julgasse
o currículo Lates dele, não o aprovaria nem para o mestrado",
afirmou. Ainda segundo Ana Lúcia, Moraes disse ter publicado 69
livros desde 2000, mas 30 deles seriam a mesma obra em diferentes
edições.
Deisy
Ventura, professora do Instituto de Relações Internacionais da USP,
disse ao microfone que Moraes "deveria ser obrigado a escrever
100 vezes no quadro negro as frases que copiou de outros autores".
"Leia
aquilo que você copiou em seus livros e renuncie à indicação",
cobrou a professora."
Procurada,
a assessoria de Morais disse que o ex-ministro não comentaria as
acusações dos colegas.
Fonte: Estadão-SP / UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é sempre bem-vinda!