Com
informações da Agência Brasil
Melhorando
devagar
“Dos
19 países da América Latina, apenas dois têm legislações que
permitem o uso medicinal da cannabis sativa, a maconha, e
sete estão em fase de regulamentação.
Outros dez proíbem o uso da planta medicinal e seus derivados,
incluindo o canabidiol (CBD),
sob qualquer apresentação.
Estes
dados estão no Mapa Interativo da Regulamentação da
Cannabis Medicinal na América Latina, lançado pelo Instituto
Humanitas 360.
De
forma didática, o mapa traz informações sobre a situação legal
para posse, venda, transporte, cultivo doméstico e trâmite
legislativo atual em cada país pesquisado, com atualizações
constantes. "O mapa ajuda a entender mais todo o sistema, que é
muito complicado. É um convite para as pessoas se informarem mais
sobre isso," diz o vice-presidente do instituto, Piero Bonadeo.
Legislação
sobre maconha
De
acordo com Bonadeo, apesar da situação atual, houve avanços na
região. "Todo o continente latino-americano está melhor, no
sentido de ter sistemas jurídicos mais perto da legalização
da maconha
medicinal,
mas ainda não é a legalização total."
Para
ter acesso aos medicamentos os pacientes precisam comprovar
determinado tipo de doença e passar por várias avaliações, mas o
caminho parece já estar aberto.
Apenas
a Colômbia e o Uruguai têm leis que regulamentam a indústria e o
mercado nacional da cannabis, mas a implementação da
lei está lenta no primeiro país do continente a aprovar o uso da
maconha.
"A
lei do Uruguai é também sobre o uso recreativo, aprovada em 2013,
mas nós conversamos recentemente com uma das pessoas que ajudou a
escrever a legislação e ela falou que a implementação está muito
atrasada, apenas os clubes de cultivo estão funcionando. Toda a
outra parte ainda está bloqueada. O uso medicinal não teve uma
implementação total, está muito atrasada," disse Bonadeo.
Uso
medicinal da maconha no Brasil
No
Brasil, o canabidiol
tem autorização de uso pelo Conselho Federal de Medicina desde
dezembro de 2014 para "tratamento de epilepsias em crianças e
adolescentes que são refratárias aos tratamentos convencionais".
Em
2015, o canabidiol
foi retirado da lista de substâncias perigosas e regulamentada pela
Anvisa,
com autorização para a importação excepcional de uma lista
restrita de medicamentos. Em março de 2016, o tetrahidrocanabinol
(THC) também
foi autorizado.
Segundo
a agência, o órgão já recebeu 2.242 pedidos para importação
excepcional de medicamentos à base de maconha e autorizou 2.077. Do
total de pedidos, um foi indeferido, 17 arquivados, 30 aguardam
análise e 117 estão com exigências pendentes.
No
mês passado a Anvisa aprovou o registro do medicamento Mevatyl, que
contém THC e CBD e é vendido em 28 países com o nome de Sativex,
indicado para o tratamento de adultos com espasmos relacionados à
esclerose múltipla. Ainda falta o processo de definição de preço
para que ele seja comercializado no Brasil, o que deve demorar cerca
de dois meses, segundo a agência.
Ainda
este ano será inaugurado o primeiro
centro de pesquisas brasileiro em canabidiol,
na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em
Ribeirão Preto. O centro já tem autorização para um estudo
clínico, ou seja, investigação em seres humanos, que será feito
com 120 crianças e adolescentes que tem epilepsia refratária.”
Fonte:
Agência Brasil
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