Estadão
Por Igor Gadelha
“A
Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta quarta-feira, 22,
projeto de lei de 19 anos atrás que permite terceirização
irrestrita em empresas privadas e no serviço público. A proposta
também amplia a permissão para contratação de trabalhadores
temporários, dos atuais três meses para até nove meses - seis
meses, renováveis por mais três.
O
texto principal do projeto foi aprovado por 231 votos a 188. Houve
ainda oito abstenções. O placar mostra que o governo terá
dificuldades para aprovar as reformas trabalhista e,
principalmente, a da Previdência, que será votada por meio de
Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que exige um mínimo de
308 votos favoráveis na Câmara.
A
Câmara não pôde incluir inovações no texto. Isso porque a
proposta, de 1998, já tinha passado uma vez pela Casa, em 2000, e
pelo Senado, em 2002. Com isso, deputados só puderam escolher se
mantinham integral ou parcialmente o texto aprovado pelo Senado ou
se retomavam, integral ou parcialmente, a redação da Câmara.
O
texto final aprovado, que seguirá para sanção do presidente
Michel Temer, autoriza terceirização em todas as atividades,
inclusive na atividade-fim. Atualmente, jurisprudência do Tribunal
Superior do Trabalho (TSE) proíbe terceirizar atividade-fim da
empresa. Por exemplo, um banco não pode terceirizar os atendentes
do caixa.
No caso do serviço público, a exceção da terceirização será para atividades que são exercidas por carreiras de Estado, como juízes, promotores, procuradores, auditores, fiscais e policiais. Outras funções, mesmo que ligadas a atividade-fim, poderão ser terceirizadas em órgãos ou empresas públicas.
O projeto final também regulamentou a responsabilidade "subsidiária" da empresa contratante por débitos trabalhistas e previdenciários dos trabalhadores terceirizados, como acontece hoje. Ou seja, a contratante só será acionada a arcar com essas despesas se a cobrança dos débitos da empresa terceirizada contratada fracassar.
O
texto que seguiu para sanção prevê ainda um escalonamento do
capital social mínimo exigido de uma empresa de terceirização,
de acordo com o número de funcionários. O capital social mínimo
exigido vai de R$ 10 mil, para companhias com até 10 funcionários,
a R$ 250 mil, para empresas com mais de 100 trabalhadores.
Hoje,
não há essa exigência na iniciativa privada. Já no serviço
público, a empresa contratante é que determina na hora da
contratação qual deve ser o capital social mínimo da companhia
de terceirizados. Inicialmente inserida na proposta, a anistia de
"débitos, penalidades e multas" impostas até agora às
empresas foi retirada do texto pelo relator para facilitar a
aprovação do projeto. O governo era contra a medida. Segundo o
relator do projeto na Câmara, Laércio Oliveira (SD-SE), essas
dívidas hoje somam R$ 12 bilhões.
A
oposição criticou a votação do projeto, sob o argumento de que
representa um retrocesso e prejudica os trabalhadores. Opositores
tentaram negociar, sem sucesso, o adiamento da votação. Eles
queriam que, em vez da proposta de 1998, fosse votado um projeto de
2015 que regulamenta a terceirização, já foi votado na Câmara e
está parado no Senado.
Na
avaliação de deputados da oposição e das centrais sindicais, a
proposta mais recente oferece mais salvaguardas aos trabalhadores.
O projeto de 2015 traz garantias, como a proibição de a empresa
contratar como terceirizado um funcionário que trabalhou nela como
CLT nos últimos 12 meses.
Para
opositores, a aprovação do projeto anula a reforma trabalhista
que está em discussão na Câmara. "Se a terceirização for
votada hoje, ela anula esta comissão. Se for votada, a reforma
trabalhista vai perder muito o sentido", disse o deputado
Paulão (PT-AL).
O
líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), por sua
vez, saiu em defesa da proposta. Segundo ele, o projeto vai
permitir a geração de empregos. "O Brasil mudou, mas ainda
temos uma legislação arcaica. Queremos avançar em uma relação
que não tira emprego de ninguém, que não vai enfraquecer
sindicatos", disse."
Fonte: Estadão
O deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) defende a proposta, mas Legislação arcaica é essa da terceirização que é de quase 20 anos. Não só o Brasil mudou nesses 20 anos, mas o mundo.
Fonte: Estadão
O deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) defende a proposta, mas Legislação arcaica é essa da terceirização que é de quase 20 anos. Não só o Brasil mudou nesses 20 anos, mas o mundo.
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