Os resultados são condizentes com outros estudos que mostraram que as emoções são contagiosas - mas parece que tudo funciona de forma inconsciente. [Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]
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Redação do Diário da Saúde
Emoções contagiosas
“As pessoas tendem
a imitar as atitudes prudentes, impacientes ou preguiçosas dos outros -
aparentemente de forma inconsciente.
Prudência,
impaciência e preguiça são tipicamente consideradas traços arraigados de
personalidade que orientam a forma como cada pessoa pesa o custo dos riscos,
das demoras e atrasos e do esforço - respectivamente.
No entanto, parece
que as atitudes das pessoas baseadas nos seus próprios traços de personalidade
"fluem" para as pessoas à sua volta, influenciando-as.
Alinhamento de atitudes
Jean Daunizeau e
Marie Devaine, do Instituto INSERM (França), combinaram psicologia cognitiva e
modelagem matemática para tentar desvendar que leis governam esse alinhamento
de atitudes.
Para isso, eles
colocaram voluntários diante de uma série de decisões que envolviam riscos,
atrasos e esforços, antes e depois de eles terem observado as decisões de
outros. Esse "outros" eram na verdade participantes fictícios,
avatares de inteligência artificial, para permitir um ajuste preciso e
controlado das suas atitudes prudentes, pacientes e preguiçosas.
Os resultados
mostraram que os participantes ficam vinculados a um viés que os pesquisadores
chamam de "falso consenso", ou seja, eles acreditam, sem qualquer
evidência para isso, que as atitudes dos outros se assemelham às suas próprias.
As pessoas também
exibem um viés de "influência social", ou seja, sua atitude tende a
se tornar mais semelhante à das pessoas ao seu redor com o passar do tempo
Preconceitos inconscientes
Curiosamente, o
viés de influência social é parcialmente determinado pelo viés de falso
consenso.
Ele primeiro
aumenta com o falso consenso (para pequenos vieses de falso consenso), mas
depois diminui (para grandes vieses de falso consenso) - e os participantes se
mostraram majoritariamente inconscientes desses preconceitos.
Diante desses
resultados, os pesquisadores estão se propondo a checar se esta forma de
alinhamento de atitude pode diferir em pessoas que sofrem de condições
neuropsiquiátricas, tais como distúrbio do espectro autista e esquizofrenia. É
o que eles farão a seguir, na esperança de desenvolver terapias que possam
ajudar esses pacientes.”
Os resultados foram
publicados na revista PLOS Computational Biology.
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