“O
Brasil continua construindo o primeiro de uma série de satélites de
médio porte, projeto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe), que deverá ser o primeiro satélite totalmente nacional -
diferente do recém-lançado
satélite de comunicação , que foi fabricado por uma empresa francesa.
Equipamento é o primeiro de três satélites que integram a missão Amazônia. [Imagem: Inpe] |
Previsto
inicialmente para ser lançado em 2010, a falta de verbas e de
priorização governamental retardaram o projeto. Com isto, o
primeiro satélite da série agora teve seu lançamento reagendado
para 2018.
O
Amazônia-1 terá a capacidade de fazer imagens de qualquer parte do
planeta em até cinco dias, período necessário para dar uma volta
completa ao redor da Terra.
Será
o primeiro de três satélites que integram a Missão Amazônia, que
consiste na construção da Plataforma Multimissão (PMM), uma
estrutura-base para a fabricação de satélites de conteúdo
nacional, e de câmeras capazes de fazer o sensoriamento remoto da
superfície terrestre.
"Não
tem no Brasil uma plataforma desse nível de complexidade e com essas
características. Embora já tenhamos construído satélites antes,
não tínhamos ainda o ciclo completo: projetar, integrar o satélite,
testar, efetuar o lançamento e operar o equipamento. Passamos a
dominar o ciclo completo de satélites estabilizados em três eixos.
Conquistamos uma autonomia para o país," destacou o coordenador
do programa, Adenilson Silva.
Tecnologia
nacional
Os
principais sistemas que vão compor a PMM (Plataforma Multimissão)
são a estrutura mecânica, o suprimento de energia, o controle de
altitude e o tratamento dos dados, a gestão de bordo, o controle
térmico, a telemetria, telecomando e rastreio e a propulsão.
Tudo
isso está sendo produzido por empresas brasileiras, sob a supervisão
do Inpe. Cerca de 60% do investimento de R$ 270 milhões foi
destinado à aquisição de componentes e sistemas produzidos por
companhias nacionais.
O
primeiro passo na fabricação de um satélite é a construção do
modelo de engenharia, que visa validar e provar que o equipamento tem
a funcionalidade para atender à demanda para a qual foi projetado. A
segunda fase é a qualificação do equipamento para assegurar que
ele é capaz de suportar as condições extremas do espaço. Depois
de todo esse processo, é possível construir o modelo de voo, que é
o que efetivamente será lançado.
Todo
esse processo poderá ser reaproveitado para os satélites
subsequentes da Missão Amazônia: o Amazônia-1B e o Amazônia-2,
com uma economia significativa nos custos de construção dos modelos
que se seguem.
Amazônia-1 |
Os
dados gerados pelas câmeras do Amazônia-1 poderão ser utilizados
no controle do desmatamento e de queimadas na Amazônia Legal, além
do monitoramento de recursos hídricos, de áreas agrícolas, do
crescimento urbano e da ocupação do solo.
Também
servirão para atender a outras aplicações similares, como o
monitoramento da costa brasileira, dos níveis dos reservatórios de
água, de áreas de florestas naturais e cultivadas, e de desastres
ambientais.
As
informações obtidas ficarão à disposição da comunidade
científica e de órgãos governamentais, além de usuários
interessados em ter uma melhor compreensão do ambiente terrestre.”
Fonte: inovação
tecnológica
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