domingo, 1 de março de 2020

"FELICIDADE EXISTE?"








Por J.J. Abdala - Escreve aos domingos
“Tema de canção, de poesia e a busca eterna por Felicidade? Segundo o dicionário seria: qualidade ou estado de feliz; estado de uma consciência plenamente satisfeita; satisfação, contentamento, bem-estar.
Pois bem, será isso mesmo? A meu ver felicidade provém de um estado de espírito, já que ninguém é feliz o tempo todo existem altos e baixos que permeiam nossas vidas, fatores biológicos e racionais.

A felicidade em si, é algo natural, uma contemplação de nossos atos em vida não provém de outrem, já que somos seres uno, únicos então nossa felicidade depende exclusivamente de nós, claro que juntos e somados a fatores que nos agregam aos nossos semelhantes nos sentimos plenos e realizados.
Ser feliz nos dias atuais requer estar bem consigo mesmo, pois se você estiver bem com você, com seu corpo, com sua aparência, obviamente sua autoestima se eleva, trazendo consigo sinais visíveis de realização pessoal, gostar do que faz ter uma vida saudável, ter um lar, ter uma família, um animal de estimação, ter amizades, ter saúde isso são fatores fundamentais e primários para ser feliz, não é uma receita é a realidade.

A sociedade evoluiu muito, porém com elas evoluíram dezenas de problemas que por consequências desencadearam diversos fatores negativos, um exemplo bem próximo disso tudo, são as redes sociais, as pessoas se utilizam das suas redes sociais para vender uma falsa ilusão de felicidade, porém somos mortais, competitivos, e nessa busca de mostrar que somos felizes sempre, nos enganamos a nós mesmos, criamos um mundo onde tudo é perfeito, onde o sol brilha, onde as flores desabrocham exalando um perfume único aos mais apurados sentidos do olfato.

Compramos esta imagem, do mundo de fantasias, perfeito, de sorrisos brilhantes, quando na verdade, entramos numa competição desonesta e sem sentindo algum, fútil, porém agradável aos olhos alheios. Segue aqui um exemplo clássico, um feriado prolongado, ótimo tendo em vista que o brasileiro adora um feriado, já pensa em pegar o carro ir à praia, churrasco com os amigos, uma festinha aqui outra ali, passear no shopping fazer compras, essas coisas todas. Eu já me sinto muito bem no meu sofá extremamente confortável, seguro pelo fato de não sair de casa, de não ter que me arrumar, de ficar sem relógio, ou seja, sem hora a cumprir, de lidar com minhas plantas de brincar com meus animais domésticos e até mesmo uma grande satisfação em realizar certas atividades domésticas das quais a correria do dia a dia não me permite fazer.    
       Após tudo isso ainda tem a bela e sempre companheira a TV, com minhas séries preferidas, aquele livro que eu gostaria de ter lido há algum tempo e já estava criando até poeira sobre a cabeceira da cama, coisas tão simples que me trazem uma realização da qual posso chamar de felicidade, já que não tenho que provar nada a ninguém, não sou obrigado a comprar essa falsa ideia de felicidade.
A felicidade está dentro de nós, em pequenos atos, em pequenas realizações, estamos acostumados a grandes feitos que deixemos escapar pelos vãos dos dedos essas coisas chamadas de pequenas, ou de manias, ou até mesmo rotineiras e cotidianas.
O que é vendido lá fora pela mídia, é bom também, mas é secundário, é uma futilidade, muitas das vezes fazemos algo do que não queremos fazer, vamos a lugares dos quais não queremos ir, apenas para mostrar a outrem que fizemos ou que fomos, compramos algo que nem mesmo queremos, para impressionar alguém ou para a manutenção do nosso ego humano, e fica eternamente nesta busca do ser existencial.
Ora, o que tem de estranho em ficar em casa em um feriado prolongado ou em um final de semana, do qual o seu prédio está quase que vazio, a sua rua numa calmaria, seu bairro no maior sossego. 
Você não ter que sair não ter que enfrentar filas, trânsito, ficar em casa, com sua roupa mais folgada, de chinelos, sem camisa, sem ter que fazer a barba, não tirar fotos com filtro estando com 50 anos e parecendo um garoto de 25 anos, que mal há nisso? Sem o glamour, sem os likes nas fotos das redes sociais, será que eu sou diferente dos outros, porque para mim a felicidade é isso, estar bem comigo, como sou e onde estou esse bem- estar não preço, essa tranquilidade de espírito unido à calmaria da alma, me traz a mais perfeita definição de felicidade.  
Então você que me lê agora, pense nisso, se é o mundo que te rotula e te impõe uma falsa ideia de felicidade? Ou é você que a constrói dentro de si mesmo a sua própria felicidade? Que na verdade já está no seu ser, e só buscar ela, ou melhor, resgatar, trazer de volta o sentido da satisfação e do contentamento. 
Vamos ser feliz, a felicidade não tem preço, convido você a fazer este auto resgate, comece agora neste domingo seja ele de sol ou chuva, pois que dita sua vida é você mesmo.”
J.J. Abdala reside no Paraguay. É graduado em Direito, ex-diplomata e Licenciado em comércio internacional e Ciências Políticas na Universidade Católica Nuestra Señora de La Asuncion. 
*Este Jornal on-line não responsabiliza-se por conteúdos ou artigos assinados

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