Recentemente pesquisadores brasileiros catalogaram 26 plantas usadas pelos indígenas contra a malária que eram desconhecidas da ciência.[Imagem: Carolina Kffuri] |
"Chá de boldo para auxiliar a digestão, de camomila para acalmar o corpo e facilitar o sono.
Estes são exemplos, que fazem parte da sabedoria popular, de plantas medicinais que podem ser usadas para mal-estares do cotidiano.
Mas também é bem sabido que, além destes pequenos males e sintomas, as plantas medicinais e os fitoterápicos - medicamentos que têm a planta medicinal como matéria-prima - podem ser de grande ajuda no tratamento de diversas doenças.
Desde 2012, o Ministério da Saúde tem apoiado projetos da cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos, suprindo pesquisadores e empresas interessadas com recursos financeiros para colocar os fitoterápicos à disposição da população. Só em 2015, 12 projetos receberam R$ 3,4 milhões para implementação na compra de insumos, materiais de consumo, contratação de pessoal e capacitação de profissionais.
"Esses medicamentos já possuem um amplo uso pela população e a política procura incentivar o uso racional deles. É muito importante ampliar os projetos que apoiem o desenvolvimento tendo em vista que o Ministério da Saúde possui uma política de plantas medicinais e fitoterápicas instituída, que neste ano ela completa 10 anos de sua publicação, e um programa nacional para o assunto. É importante apoiar tanto financeiramente como através de capacitações de apoio técnico para execução das políticas em âmbito local," explicou Noêmia Tavares, coordenadora da Assistência Farmacêutica Básica do Ministério da Saúde.
As prefeituras podem se tornar incentivadoras da política, coordenando os recursos e as políticas públicas voltadas ao uso das plantas medicinais e fitoterápicos. Veja a seguir dois exemplos desse tipo de ação.
Outros exemplos de plantas medicinais que estão sendo "adotadas" pelos cientistas são a moringa, ou acácia-branca, tida como uma "planta milagrosa", e o pequi, capaz de prevenir e regredir o câncer. [Imagem: Wikimedia Commons] |
Toledo
Em Toledo, no Paraná, desde 2012, um projeto subsidiado pelo Ministério da Saúde busca incentivar o uso dos medicamentos naturais como substituto ou complemento aos medicamentos sintéticos.
"Hoje já temos mais de 140 pacientes que fazem uso desta opção terapêutica no ambiente do Sistema único de Saúde (SUS). Percebemos que muitos dos pacientes que vêm às unidades de saúde não precisam receber uma carga de medicamentos pesados. Sabemos que a qualidade de vida deles pode melhorar com o uso de fitoterápicos e que ele não vai ter tantos efeitos colaterais", explica Elenir Rudek, farmacêutica responsável pelo programa no município.
Os fitoterápicos são utilizados em diversos tratamentos, como hipertensão, diabetes, saúde mental e tratamento de feridas.
"Um exemplo que temos usado no município é a passiflora no tratamento da ansiedade em adultos e crianças maiores de 12 anos. Temos visto um excelente resultado em pessoas nos primeiros estágios de depressão e nos adolescentes. A espinheira santa, para tratar gastrite, substituindo medicamentos que podem trazer consequências no futuro, também tem sido destaque", completa Elenir.
Ajuricaba
A cidade de Ajuricaba, no Rio Grande de Sul, acabou de receber a verba do edital e vai iniciar o projeto em 2016.
"O projeto prevê dois eixos principais, que são a dispensação de medicamentos fitoterápicos no SUS e a capacitação, que prevê bolsas de pós-graduação em fitoterapia para médicos e a formação da sociedade, que deve acontecer em 12 encontros e formar 420 pessoas. Ainda disponibilizaremos algumas mudas de ervas medicinais para a população, entre elas, está a alcachofra, alecrim, calêndula, camomila, cavalinha entre outros", explica Luis Fernando Nunes, farmacêutico coordenador do programa."
Fonte: Diário da saúde
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é sempre bem-vinda!