Deputado Jair Bolsonaro |
"O
deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) dedicou seu voto a favor do
impeachment da presidenta Dilma Rousseff ao torturador da ditadura
militar, ex-chefe do DOI-Codi, Coronel Carlos Alberto Brilhante
Ustra. Morto em 2015, Ustra foi condenado pela Justiça por sequestro
e tortura.
“Perderam
em 64, perderam agora em 2016. Pela família, pela inocência das
crianças em sala de aula, que o PT nunca teve, contra o comunismo,
pela nossa liberdade, contra o Foro de São Paulo, pela memória do
Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff,
pelo exército de Caxias, pelas Forças Armadas, pelo Brasil acima de
tudo e por Deus acima de tudo, o meu voto é sim”, declarou.
O
deputado, conhecido por suas posições homofóbicas e racistas,
também parabenizou Eduardo Cunha, presidente da Câmara e réu no
Supremo Tribunal Federal, acusado de exigir e receber ao menos US$ 5
milhões em propina de um contrato do estaleiro Samsung Heavy
Industries com a Petrobras. “Um nome que entrará para a história
pela forma como conduziu os trabalhos na Casa.”
Quem é o Coronel Brilhante Ustra, “homenageado” por Bolsonaro
Condenado
na Justiça por sequestro e tortura, ex-chefe do Doi-Codi, pior órgão
de repressão da ditadura militar, faleceu em 2015
A
declaração
de Jair Bolsonaro (PP-RJ) ao
dar seu voto na sessão da Câmara que determinou a abertura de
processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff chocou
aqueles que defendem os direitos humanos e os que conhecem a história
obscura da ditadura militar no Brasil. No entanto, nem todos sabem a
biografia do Coronel Brilhante Ustra, morto em 2015 e “homenageado”
pelo parlamentar.
Carlos
Alberto Brilhante Ulstra foi o primeiro militar reconhecido pela
Justiça brasileira como torturador. Gaúcho, atuou entre 1970 e 1974
como chefe do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) –
principal órgão de repressão da ditadura militar –, em São
Paulo. No local, segundo apurações feitas pela Comissão Nacional
da Verdade, teriam sido torturadas 502 pessoas e assassinadas outras
50.
O
militar sempre negou as acusações mas chegou a dizer que tinha
cometido “excessos”. Foi citado em inúmeros depoimentos de
ex-presos e ex-agentes e admitiu que utilizava o codinome “Dr.
Tibiriçá” – constantemente relatado por vítimas de torturas e
diversos tipos de violência.
Em
2008, tornou-se o primeiro militar a ser declarado pela Justiça como
responsável por episódios de tortura na ditadura. Já em 2012, foi
o primeiro agente do período condenado a pagar indenização à
família de uma vítima, o jornalista Luiz Eduardo Merlino. "
Fonte: Revista Forum
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