Presidente Jair Bolsonaro e a ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet |
“Em
resposta a uma entrevista da Alta Comissária da ONU para Direitos
Humanos, Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile, Jair Bolsonaro
fez o mais odioso de seus ataques até hoje: elogiou a tortura e
morte do pai de Bachelet pelo regime sanguinário de Augusto
Pinochet, afirmou que o Chile "só não é uma Cuba graças aos
que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973" e
disse que a ex-presidente está "seguindo a linha" do
presidente da França, Emmanuel Macron, tentando se "intrometer
nos assuntos internos e na soberania brasileira" ao falar de
direitos humanos”
247
- "Jair
Bolsonaro usou sua conta no Facebook para atacar a Alta Comissária
da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, após a
ex-presidente do Chile fazer
duras críticas ao que chamou de “encolhimento do espaço cívico e
democrático" no Brasil com o atual governo.
Na postagem Bolsonaro atacou cruelmente a memória do pai da
ex-presidente chilena, o brigadeiro Alberto Bachelet, que após ter
sido acusado de “traição à pátria”, faleceu devido a torturas
em 1974, meses depois do sanguinário golpe de Augusto Pinochet. Para
Bolsonaro, Bachelet está "seguindo a linha" do presidente
da França, Emmanuel Macron, e tenta se "intrometer nos assuntos
internos e na soberania brasileira" ao falar de direitos humanos
no Brasil.
Comissária dos Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet |
"Michelle
Bachelet, Comissária dos Direitos Humanos da ONU, seguindo a linha
do Macron em se intrometer nos assuntos internos e na soberania
brasileira, investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos (de
bandidos), atacando nossos valorosos policiais civis e militares",
escreveu Bolsonaro em seu perfil no Facebook. Junto com o post,
Bolsonaro publicou uma foto em que Bachelet aparece ao lado da
ex-presidente deposta Dilma Rousseff e da ex-presidente argentina
Cristina Kirchner, em sua segunda cerimônia de posse como presidente
do Chile (2006-2018).
No
outro trecho da postagem Bolsonaro defendeu a tortura e morte do
brigadeiro Alberto Bachelet, pai da Alta Comissária da ONU, por
membro da ditadura militar chilena. “Diz [referindo-se a Bachelet}
ainda que o Brasil perde espaço democrático, mas se esquece que seu
país só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar
um basta à esquerda em 1973, entre esses comunistas o seu pai
brigadeiro à época”, escreveu. A menção faz data do golpe de
Estado no Chile que levou Augusto Pinochet ao poder, em 11 de
setembro de 1973. Acusado de “traição", Alberto faleceu em
12 de março de 1974 em decorrência das torturas a que foi submetido
no Cárcere Público de Santiago.
O
ataque contra a Alta Comissária da ONU veio na esteira da afirmação
feita por ela de que o espaço democrático no Brasil está
encolhendo no governo Jair Bolsonaro e que isto tem sido evidenciado
com os ataques diretos contra defensores de direitos humanos,
instituições de ensino e pesquisa e na restrição e criminalização
de trabalhos e instituições da sociedade civil, o que inclui as
ONGs.
O
ataque brutal a Bachelet foi feito às vésperas da primeira viagem
de Bolsonaro para participar da Assembleia Geral da ONU, em Nova
York. Na reta final da campanha feita pelo governo brasileiro para
conseguir mais um mandato como membro do
Conselho de Direitos Humanos da ONU, o ataque pode decretar a
exclusão do país do fórum.”
Fonte:
247
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é sempre bem-vinda!