(Linda Raymond/Getty Images)
Segundo pesquisadores da Universidade do Estado do Oregon, o vínculo é similar ao que bebês sentem por seus pais.
Por Ingrid Luisa
|
“Toda
mãe e pai de gato sabe: eles são independentes. Limpam-se sozinhos,
não pedem por atenção toda hora e mantêm aquele temperamento
blasé boa parte do tempo. Isso faz parecer que eles são mais
indiferentes aos donos que os cães.
Mas, como todo pai e mãe
de gato também sabe, a verdade é que eles são incompreendidos. É
o que diz um estudo da Universidade do Estado do Oregon, nos EUA. A
pesquisa mostra que os bichinhos desenvolvem uma apego emocional
muito grande com seu cuidador, tão forte quanto o desenvolvido por
um cachorro ou mesmo por uma criança.
Os
autores escrevem no estudo, publicado no periódico Current
Biology,
que as pesquisas científicas costumam subestimar a importância das
relações sociais na vida dos gatos. Para analisar essas relações,
eles resolveram investigar o nível de “apego” que os gatos têm
com seus donos.
No
estudo, os pesquisadores fizeram com os gatos um teste geralmente
aplicado a bebês e cães. O experimento foi dividido em três
partes: na primeira, o gato passou dois minutos em uma sala
desconhecida junto com seu cuidador; na segunda, o felino ficou dois
minutos sozinho nessa mesma sala e, na terceira, o dono retornou para
mais dois minutos com o animal.
Nas duas primeiras fases
do teste, a grande maioria dos gatos teve as mesmas reações:
ficaram com seus donos durante os primeiros dois minutos, e
demonstraram certa estranheza ou curiosidade sobre o lugar nos
minutos em que estavam sozinhos. A terceira fase foi a que realmente
mostrou resultados.
“Os
gatos reagiram de três formas, basicamente. Vários deles
“cumprimentaram” seus donos e seguiram explorando o ambiente de
forma mais tranquila do que antes. Os mais inseguros deixaram de
explorar o lugar e ficaram agarrados aos donos, outros evitaram o
dono quando ele retornou”. A maioria (dois terços) estava no
primeiro grupo, o que demonstrou menos estresse com a presença do
criador.
É a mesma proporção
que se encontra quando o teste é aplicado a cachorros e bebês. Ou
seja: dá para dizer que, sim, os gatos são tão apegados aos seus
pais humanos quanto cães e crianças pequenas.
Pense duas vezes antes de
chamar seu gato de insensível.”
(Nga Nguyen/Getty Images) |
O melhor jeito de acariciar seu gato, segundo a ciência
Cientista explica por que os felinos costumam ser mais arredios que os caninos — e ensina os donos a acertar na hora do carinho.
Por A.
J. Oliveira
“Gatos,
às vezes, são uma incógnita para nós, humanos. Quem nunca passou
pela situação de estar brincando e acariciando o bichano na maior
tranquilidade e, de repente, ele parece não querer mais papo? Uma
pesquisadora explica que, muitas vezes, isso acontece por não
estarmos fazendo carinho do jeito certo.
Em
artigo publicado
no site The
Conversation,
a cientista Lauren Finka, da Universidade Nottingham Trent, traça um
interessante histórico do gato doméstico e de sua parceria com os
humanos.
Acontece que, de 4 mil anos para cá, muita coisa mudou nessa relação. Os gatos passaram de meros instrumentos para controlar infestações a grandes amigos. E, falando em termos de evolução e seleção natural, isso é pouco tempo para que uma espécie se adapte às necessidades de outra — ainda mais quando elas são tão complexas como as humanas.
Os cachorros, por
exemplo, tiveram muitos milênios a mais de convívio conosco. Ao
contrário de lobos e cães, pouco mudou no DNA do gato doméstico e
do gato selvagem da África, seu ancestral mais próximo.
Em muitos aspectos, seu
gatinho ainda pensa como um gato selvagem. Eles são animais
solitários e reservados, que evitam ao máximo interações muito
“íntimas”. Nós, é claro, somos sociais até demais. Quanto
mais toque e proximidade nas demonstrações humanas de afeto,
melhor. Também não resistimos a animais que se pareçam com nossos
bebês, com olhos grandes, nariz pequeno e carinha redonda. Vem
daí aquele nosso impulso de querer esmagar os gatinhos de tanta
fofura. Para eles, isso costuma ser um pouco demais.
É claro que muitos de nossos amigos felinos gostam das carícias e não trocam nossa companhia por qualquer comida que aparecer na frente. Mas um número grande deles apenas tolera o chamego com segundas intenções — no caso, a casa e comida. Enquanto outros, como sabemos, sequer escondem a aversão pelo contato humano e respondem agressivamente.
Lauren Finka explica que,
para que os gatinhos sejam mais amigáveis, é essencial acostumá-los
ao convívio e aos afagos no período em que são filhotinhos
sensíveis: entre duas e sete semanas de vida.
A chave para um bom
relacionamento, segundo a pesquisadora, é deixar que os bichanos
estejam no controle e tomem a iniciativa. É difícil conter o ímpeto
de acariciá-los, mas pesquisas apontam que o esforço compensa.
Interações entre gatos e humanos duram mais quando são eles que as
iniciam. Também é imprescindível prestar atenção na postura e
comportamento do animal.
Não é uma regra, mas a
maioria dos felinos gostam de receber carinho abaixo das orelhas,
onde ficam suas glândulas faciais, embaixo do queixo e ao redor das
bochechas. Mexer na barriga, costas e a base do rabo costuma causar
incômodo. No geral, é importante respeitar o espaço e os limites
dos gatos — e do bichinho selvagem que há dentro deles.
Confira abaixo alguns
sinais que devem ser observados.
Sinais
de que o bichano está aproveitando:
• Ele
está com o rabo levantado e é o responsável por iniciar o contato.
• Ronronando
e afofando você com as patinhas da frente.
• Movimentando
delicadamente seu rabo de um lado para o outro, enquanto o mantém de
pé.
• Postura
e expressão facial relaxadas, orelhas esticadas e apontando para
frente.
• Dão
uma cutucada para chamar sua atenção se você para de acariciá-los.
Sinais
de que o bicho não está gostando ou está irritado:
• Movimentando
a cabeça ou a desviando para longe de você.
• Se
manter passivo (nada de ronronadas e afofadas)
• Piscando
muito, mexendo muito a cabeça e corpo ou lambendo demais o nariz.
• Lambendo
as partes íntimas de forma rápida e em movimentos curtos.
• Pelos
das costas eriçados.
• Tremendo,
se debatendo ou batendo o rabo.
• Orelhas
achatadas para os lados ou rotacionando para trás.
• Um
giro repentino com a cabeça para encarar ou desviar da sua mão.
• Mordendo
ou tentando afastar sua mão com a pata."
Fonte: superinteressante
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é sempre bem-vinda!