terça-feira, 10 de setembro de 2019

"O ESTADO NÃO É NEUTRO"

Foto divulgação


Por Lucas Rafael Chianello






É uma aberração que o tristemente eleito presidente da república tenha nomeado um procurador-geral da república não constante da lista tríplice do Ministério Público Federal.

Procurador esse de posicionamentos nazi-fundamentalistas sobre questões relacionadas à constituição familiar e homoafetividade, assunto que não nos permite julgar ninguém quanto a essas orientações.

Porém, a ilusão é branca e a esperança, vermelha.

O Estado serve a um projeto de poder de classe e o tristemente eleito presidente da república, que sequer deveria participar da vida política por ser um nazi-saudosista da ditadura militar, tão apenas cumpriu com o seu papel ao nomear para o referido cargo alguém que serve a um projeto de união das direitas nazi-fascista e ultraliberal.

Nas palavras do professor Silvio Luiz de Almeida, filósofo do direito pela faculdade do Mackenzie:
"Não haveria escravidão se não fossem os juristas da escravidão.

Não haveria nazismo sem os juízes do nazismo.

Você não tinha nazismo sem um Roland Freisler*; você não tinha nazismo sem um Carl Schmitt*."

Ficam duas duras lições: uma, de que não seremos minimamente um país enquanto permitirmos que agentes estatais de carreira, principalmente juízes e promotores, sejam agentes de poder político que defendam a barbárie.

Outra, de que devemos, sim, alocar nas instituições de Estado, aquelas e aqueles indubitavelmente alinhados a um projeto de libertação política dos pobres do nosso país.

Enterre-se o republicanismo ingênuo de setores da própria esquerda brasileira.

ArticulistaLucas Rafael Chianello – Advogado e Jornalista  

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