"A lição, especialmente para obstetras e parteiras, é que a maioria das mulheres fica bem depois do parto, mas ouvi-las é extremamente importante." [Imagem: Umich]
Com informações da Umich
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Episiotomia
“Uma
equipe da Universidade de Michigan (EUA) está contestando a ideia
convencional da comunidade médica de que uma episiotomia produz um
reparo mais estético e visualmente agradável do que o rompimento
natural durante o parto.
A
episiotomia é um corte entre a vagina e o ânus, dado supostamente
para facilitar a saída do bebê durante o parto. Contudo, só agora
os cientistas estão se preocupando em avaliar as percepções das
mulheres em relação à alegada estética e o apelo visual depois do
procedimento.
"Nacionalmente
[nos EUA], cerca de 12% das mulheres grávidas ainda recebem
episiotomia, mas há grande variação na prática entre hospitais e
clínicas. O que é muito relativo, para mim é que nós exportamos a
prática para os países em desenvolvimento, onde a taxa é
extremamente alta, especialmente para as mães de primeira viagem,"
alerta a professora Ruth Zielinski, coordenadora do estudo.
A
pesquisadora se propôs a avaliar, entre as mulheres que passaram
pela episiotomia, a imagem corporal e a experiência sexual após o
parto, e se as mudanças na região genital estariam associadas com
eventuais alterações.
Imagem
corporal pós-parto
De
acordo com Zielinski, dá-se muita atenção no corpo da mulher
durante e após a gravidez - o peso do bebê, as estrias - mas as
mulheres também se preocupam com as mudanças na região genital,
tais como rompimentos dolorosos, alongamento dos músculos Kegel, ou
deformação dos lábios vaginais. No entanto, a discussão sobre a
imagem geral do corpo e a imagem específica genital ainda não
evoluiu de uma maneira saudável, disse Zielinski.
"Esta
parece ser a pesquisa que estava faltando, mas a mídia certamente
tem dado atenção ao assunto de uma maneira que é preocupante - com
piadas em filmes sobre frouxidão vaginal após o parto e em sites de
cirurgia plástica, que oferecem soluções para os 'problemas'
causadas pelo parto vaginal," completou.
Das
69 mulheres envolvidas no estudo, 84% delas sofreram alterações
vaginais e retais no parto. Deste total, as mulheres que passaram
pela episiotomia tiveram uma experiência desfavorável, com imagem
mais negativa do órgão genital e da autoestima sexual.
A
boa notícia é que, no geral, mesmo após sofrerem algum rompimento
natural - e não o rompimento gerado pela episiotomia -, a maioria
das mulheres do estudo não relatou uma imagem corporal negativa ou
baixa autoestima sexual, disse Zielinski: "A lição,
especialmente para obstetras e parteiras, é que a maioria das
mulheres fica bem depois do parto, mas ouvi-las é extremamente
importante”.”
Fonte: Diário da Saúde
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