Av. Paulista com cerca de 3 milhões de pessoas na "Parada LGBT", no domingo (18) |
A 21º Parada do Orgulho
LGBT de São Paulo, na Av. Paulista neste ano que aconteceu no
domingo, 18 de junho teve como tema o Estado Laico, em função deste
tema ter sido discutido por ONGs LGBTs e militantes independente por
uma simples razão: o fundamentalismo religioso ter ganhado dentro da
política, uma importância relevante dos avanços e retrocessos
morais sobre os assuntos ligados à diversidade.
“Independente
de nossas crenças, nenhuma religião é Lei! Todas e todos por um
Estado Laico.”
Sobre
o tema Estado Laico, Claudia Regina, presidenta da APOGLBT SP, diz: “nossos
principais inimigos hoje são os fundamentalistas religiosos, grupos
de pessoas dentro de algumas religiões que insistem em nos condenar
e retirar direitos já adquiridos. No Congresso Nacional, por
exemplo, o debate sobre a criminalização da LGBT Fobia é repleto de
ataques de parlamentares da bancada religiosa e conservadora, muito
dos quais utilizando-se de suas imunidades parlamentares para
disseminar o ódio a uma parcela da população. Seus argumentos?
Alguns citam suas visões de fé, como se estivessem em seus púlpitos
e não em uma instituição que deveria garantir e se orientar pela
laicidade, preconizada na Constituição Federal de 88.”
Daniela Mercury compareceu em outras Paradas LGBT, em São Paulo e, da 21ª também |
A concentração a partir
das 10h em frente ao MASP, na Avenida Paulista. O evento teve dois
patrocinadores, promovendo a respeito às diferenças, a Parada do
Orgulho LGBT de São Paulo contou em 2017 com a Skol e Uber.
“Apoiamos
a Parada do Orgulho LGBT porque estamos ao lado da bandeira do
respeito acima de tudo. Desde a última parada nos consolidamos neste
caminho. Apoiar a Parada LGBT é fomentar a cultura colocando em
foco a diversidade e promovendo antes de tudo o respeito pelo outro.
Estamos muito orgulhosos em fazer parte mais uma vez”,
disse Maria Fernanda Albuquerque, diretora de marketing da Skol.
“A
Uber acredita que todo mundo deve ter o direito de ser autêntico em
sua individualidade, orientação sexual e identidade de gênero, e
mais que isso, se sentir seguro e respeitado. Com isso em mente, a
Uber é patrocinadora oficial da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo
em 2017. Mas é importante a gente ressaltar que buscamos ser aliados
da comunidade LGBT, não só no dia da Parada do Orgulho, mas o ano
todo.“,
disse Ana Pellegrini, Diretora Jurídica e Líder de Diversidade da
Uber no Brasil.
Justificativa
do tema de 2017
“A
laicidade do Estado democrático garante respeito à diversidade
religiosa, humana e cultural. O Estado deve assegurar todos os
direitos humanos, tais como a liberdade religiosa, o Direito de cada
cidadão a exercer ou não a religiosidade que quiser, mas deve ser
garantida a não discriminação. Além disso, é necessária a
autonomia do Estado frente às Igrejas, garantindo sua
imparcialidade. Está previsto na nossa Carta Magna, na Constituição
Federal de 1988, no Art. 19. É
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I
– estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los,
embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus
representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na
forma da lei, a colaboração de interesse público.
Essa
conquista cidadã – inclusive para todas e todos fiéis religiosos
– está garantida pelos princípios constitucionais da democracia,
liberdade, igualdade e separação entre Estado e Igreja nos artigos
1°, 5°, 19°, inciso I.
Deputado federal João Campos |
Nos
anos de 2015-16 houve
retrocessos na igualdade de gêneros, promovidas pelas bancadas
evangélicas. “A Cura Gay”, promovida pelo deputado federal e
pastor Marco Feliciano, que não foi nem um pouco original, pois quem lançou a a primeira proposta da "Cura Gay" foi o deputado federal, João Campos do PSDB -GO.
No
Congresso Nacional, ainda há o debate sobre a criminalização da
discriminação por orientação sexual e identidade de gênero por
parlamentares de bancadas religiosas conservadoras. Por isso esse
tema tão difundido na Parada LGBT em São Paulo.
O
mesmo ocorre no debate sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo
no Congresso Nacional. A busca é por reconhecimento legal, e tão
somente com foco no casamento civil.
Os
governantes no Poder Executivo no dever de proteger, garantir e
defender os direitos humanos e a cidadania de LGBT por meio de
políticas públicas de superação das discriminações contra tal
diversidade humana, e de sua inclusão em áreas tais como saúde,
trabalho, educação e segurança pública. E o Poder Judiciário,
cuja a missão é defender a Constituição e, portanto, o estado
laico.
O
direito a escolher ou não a uma religião também nos é
fundamental, especialmente quando algumas religiões não aceitam
LGBT. Nesse sentido, o ataque a outras religiões, principalmente as
de matriz africana – essas majoritariamente inclusivas – e a
conivência do Estado aos ataques civis que elas sofrem, também nos
prejudica.
As
atrações principais foram Anita no trio da Uber e Daniela Mercury no
trio da Skol, além de di ersas intervenções culturais promovidas
pelo diretor artístico Heitor Werneck no início e durante a
manifestação.
Daniela Mercury que assumiu recentemente estar apaixonada por uma mulher |
A
Av. Paulista foi bloqueada para carros a partir das 8h neste
domingo(18) e a Rua da Consolação foi bloqueada para carros entre
às 12h e 19h.
A
madrinha da Parada LGBT foi Fernanda Lima.
"Por
outro lado, havia também muitos curiosos que foram só acompanhar a
festa. "(A Parada) é uma festa, mas também é para levar a
mensagem da tolerância, do respeito. Por isso que a gente trouxe
ele", disse a professora Marta de Souza, de 39 anos, se
referindo ao filho de 5 anos — que estava vestido com uma camiseta
do filme Mulher-Maravilha e brincava com uma menina do mesmo tamanho e
fantasia de princesa."
Fonte:
El País – Brasil e Estadão
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