segunda-feira, 19 de junho de 2017

Parada LGBT em São Paulo

Av. Paulista com cerca de 3 milhões de pessoas na "Parada LGBT", no domingo (18)

A 21º Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, na Av. Paulista neste ano que aconteceu no domingo, 18 de junho teve como tema o Estado Laico, em função deste tema ter sido discutido por ONGs LGBTs e militantes independente por uma simples razão: o fundamentalismo religioso ter ganhado dentro da política, uma importância relevante dos avanços e retrocessos morais sobre os assuntos ligados à diversidade. Independente de nossas crenças, nenhuma religião é Lei! Todas e todos por um Estado Laico.

Sobre o tema Estado Laico, Claudia Regina, presidenta da APOGLBT SP, diz: nossos principais inimigos hoje são os fundamentalistas religiosos, grupos de pessoas dentro de algumas religiões que insistem em nos condenar e retirar direitos já adquiridos. No Congresso Nacional, por exemplo, o debate sobre a criminalização da LGBT Fobia é repleto de ataques de parlamentares da bancada religiosa e conservadora, muito dos quais utilizando-se de suas imunidades parlamentares para disseminar o ódio a uma parcela da população. Seus argumentos? Alguns citam suas visões de fé, como se estivessem em seus púlpitos e não em uma instituição que deveria garantir e se orientar pela laicidade, preconizada na Constituição Federal de 88.
Daniela Mercury compareceu em outras Paradas LGBT, em São Paulo e, da 21ª também
A concentração a partir das 10h em frente ao MASP, na Avenida Paulista. O evento teve dois patrocinadores, promovendo a respeito às diferenças, a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo contou em 2017 com a Skol e Uber.
Apoiamos a Parada do Orgulho LGBT porque estamos ao lado da bandeira do respeito acima de tudo. Desde a última parada nos consolidamos neste caminho. Apoiar a Parada LGBT é fomentar a cultura colocando em foco a diversidade e promovendo antes de tudo o respeito pelo outro. Estamos muito orgulhosos em fazer parte mais uma vez”, disse Maria Fernanda Albuquerque, diretora de marketing da Skol.

A Uber acredita que todo mundo deve ter o direito de ser autêntico em sua individualidade, orientação sexual e identidade de gênero, e mais que isso, se sentir seguro e respeitado. Com isso em mente, a Uber é patrocinadora oficial da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo em 2017. Mas é importante a gente ressaltar que buscamos ser aliados da comunidade LGBT, não só no dia da Parada do Orgulho, mas o ano todo.“, disse Ana Pellegrini, Diretora Jurídica e Líder de Diversidade da Uber no Brasil.
Justificativa do tema de 2017
A laicidade do Estado democrático garante respeito à diversidade religiosa, humana e cultural. O Estado deve assegurar todos os direitos humanos, tais como a liberdade religiosa, o Direito de cada cidadão a exercer ou não a religiosidade que quiser, mas deve ser garantida a não discriminação. Além disso, é necessária a autonomia do Estado frente às Igrejas, garantindo sua imparcialidade. Está previsto na nossa Carta Magna, na Constituição Federal de 1988, no Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.
Essa conquista cidadã – inclusive para todas e todos fiéis religiosos – está garantida pelos princípios constitucionais da democracia, liberdade, igualdade e separação entre Estado e Igreja nos artigos 1°, 5°, 19°, inciso I.
 Deputado federal
 João Campos
   
Nos anos de 2015-16 houve retrocessos na igualdade de gêneros, promovidas pelas bancadas evangélicas. “A Cura Gay”, promovida pelo deputado federal e pastor Marco Feliciano, que não foi nem um pouco original, pois quem lançou a a primeira proposta da "Cura Gay" foi o deputado federal, João Campos do PSDB -GO.
No Congresso Nacional, ainda há o debate sobre a criminalização da discriminação por orientação sexual e identidade de gênero por parlamentares de bancadas religiosas conservadoras. Por isso esse tema tão difundido na Parada LGBT em São Paulo.
O mesmo ocorre no debate sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo no Congresso Nacional. A busca é por reconhecimento legal, e tão somente com foco no casamento civil.
Os governantes no Poder Executivo no dever de proteger, garantir e defender os direitos humanos e a cidadania de LGBT por meio de políticas públicas de superação das discriminações contra tal diversidade humana, e de sua inclusão em áreas tais como saúde, trabalho, educação e segurança pública. E o Poder Judiciário, cuja a missão é defender a Constituição e, portanto, o estado laico.
O direito a escolher ou não a uma religião também nos é fundamental, especialmente quando algumas religiões não aceitam LGBT. Nesse sentido, o ataque a outras religiões, principalmente as de matriz africana – essas majoritariamente inclusivas – e a conivência do Estado aos ataques civis que elas sofrem, também nos prejudica.
As atrações principais foram Anita no trio da Uber e Daniela Mercury no trio da Skol, além de di ersas intervenções culturais promovidas pelo diretor artístico Heitor Werneck no início e durante a manifestação.
Daniela Mercury que assumiu recentemente estar apaixonada por uma mulher  
A Av. Paulista foi bloqueada para carros a partir das 8h neste domingo(18) e a Rua da Consolação foi bloqueada para carros entre às 12h e 19h.
A madrinha da Parada LGBT foi Fernanda Lima.
"Por outro lado, havia também muitos curiosos que foram só acompanhar a festa. "(A Parada) é uma festa, mas também é para levar a mensagem da tolerância, do respeito. Por isso que a gente trouxe ele", disse a professora Marta de Souza, de 39 anos, se referindo ao filho de 5 anos — que estava vestido com uma camiseta do filme Mulher-Maravilha e brincava com uma menina do mesmo tamanho e fantasia de princesa."

Fonte: El País – Brasil e Estadão

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