Hanning integrava a SS, guarda de elite nazista, e era acusado de ser cúmplice no assassinato de prisioneiros entre janeiro de 1943 e junho de 1944
POR
FOLHAPRESS
“Ex-guarda do campo de
concentração de Auschwitz e condenado como cúmplice no assassinato
de 170 mil pessoas no Holocausto, o alemão Reinhold Hanning morreu
aos 95 anos, antes de começar a cumprir a sentença.
O advogado de Hanning,
Andreas Scharmer, disse nesta quinta-feira (1º) que soube da morte
dois dias antes e não informou a causa, citando apenas a idade
avançada de seu cliente.
Hanning integrava a SS,
guarda de elite nazista, e era acusado de ser cúmplice no
assassinato de prisioneiros do campo de concentração entre janeiro
de 1943 e junho de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial
(1939-1945).
Ao condená-lo a cinco
anos de prisão, em junho de 2016, a Justiça o classificou como "um
capanga disposto e eficiente" do Holocausto. Hanning não havia
começado a cumprir a sentença porque recursos à decisão ainda são
analisados na Suprema Corte alemã.
Defensor de mais de 20
vítimas do Holocausto no processo contra Hanning, Thomas Walther
afirmou estar desapontado com a morte do ex-guarda nazista antes do
cumprimento de sua sentença. "Se o Judiciário não tivesse
ficado calado por décadas, talvez não haveria esse desapontamento",
disse.
A Promotoria não acusara
Hanning de envolvimento direto, mas sim de "facilitador" no
extermínio de judeus e outras minorias no principal campo de
concentração nazista, ao reunir dezenas de queixas conjuntas na
Alemanha, Hungria, Israel, Canadá, Reino Unido e Estados Unidos.
A defesa do ex-guarda
pedia por sua absolvição, alegando que ele nunca matara, espancara
ou abusara de ninguém enquanto guarda de Auschwitz, hoje em
território polonês.
O julgamento de Hanning
incluiu testemunhos de ao menos dez sobreviventes do Holocausto,
alguns com a mesma idade dele, como Leon Schwarzbaum.
"Sr. Hanning, termos
a mesma idade e, em breve, estaremos os dois perante a mais alta
corte", disse Schwarzbaum, com a voz embargada e as mãos
trêmulas. "Fale aqui sobre o que o sr. e seus companheiros
fizeram!"
A realização do
julgamento de Hanning foi possível após novo precedente ter sido
estabelecido em 2011, quando John Demjanjuk, ucraniano naturalizado
americano que trabalhou na indústria automobilística, foi condenado
por colaborar com o regime nazista durante a Segunda Guerra sem que
houvesse provas de envolvimento em uma morte específica.
Ele morreu em março de
2012, também antes de a Suprema Corte julgar seu recurso à
condenação.”
Fonte: Folhapress
/noticias ao minuto.
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