O ex-ministro do STF Joaquim Barbosa com a presidente da Corte, Cármen Lúcia, durante solenidade de aposição de sua foto na galeria de ex-presidentes do tribunal Foto: Nelson Jr./STF |
Breno
Pires e Isadora Peron
“Ex-ministro
do Supremo afirma ter conversado com Marina Silva e a direção do
PSB, sem assumir compromisso”
“BRASÍLIA
– O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa
admitiu nesta quarta-feira, 7, a possibilidade de se candidatar à
Presidência da República. Após solenidade no Supremo, na tarde
de quarta-feira, 7, quando foi descortinado o retrato dele na
galeria de ex-presidentes da Corte, Barbosa disse que está
refletindo sobre o assunto e que não ignora as pesquisas
eleitorais, tendo já conversado, inclusive, com a ex-ministra
Marina Silva (Rede) e o PSB, mas disse não saber “se decidiria
dar este passo”.
Joaquim Barbosa |
Barbosa
admitiu conversas sobre uma possível candidatura, mas negou ter
assumido compromisso com qualquer partido.
“Já
conversei com líderes de partidos políticos, dois ou três. Até
mesmo quando estava no Supremo fui sondado, sondagens superficiais.
Ano passado, tive conversas com Marina Silva. Mais recentemente, tive
conversas, troca de impressões, com a direção do PSB”, disse.
“Mas
nada de concreto em termos de oferta de legenda para candidatura,
mesmo porque eu não sei se eu decidiria dar essse passo, eu hesito”,
disse Barbosa, deixando no ar a dúvida quanto a se candidatar.
Tempestade.
O comentário de Barbosa veio em meio a uma série de críticas sobre
o meio político, com foco no Executivo e no Legislativo. “Passamos
por um momento tempestuoso da vida política nacional, um momento
tempestuoso da vida política nacional, em que visivelmente os dois
Poderes que representam a soberania popular, nossos representantes
eleitos, não cumprem bem a sua missão constitucional”, afirmou
Barbosa.
“Cabe
a esta Corte (STF), como órgão de calibragem e moderação, ter uma
vigilância redobrada sobretudo no que se passa no País. Isso é
natural, sempre foi assim, mas não custa reafirmar”, afirmou o
ministro, explicando uma frase que deu em seu pronunciamento na
solenidade. Ele havia encerrado discurso dizendo que “esta Corte
não falhará”.
O
tema da “presidenciabilidade” foi introduzido durante a agenda
pelo ministro Luís Roberto Barroso, a quem coube fazer o discurso em
homenagem ao ex-colega de Corte. Barroso destacou as especulações e
pesquisas que apontam Barbosa como possível presidenciável.
Barroso
disse que, independentemente disso, Barbosa ajudou a quebrar um
paradigma “de que pessoas de bem-estar na vida jamais seriam
presas”, por meio da condução da Ação Penal 470, o mensalão.
Eleição
direta. Barbosa afirmou que “a falta de liderança política e de
pessoas com desapego, pessoas realmente vinculadas ao interesse
público, faz que o País vá se desintegrando”. Nesse contexto,
Barbosa defendeu eleição direta em caso de vacância da Presidência
da República. “Veja bem, a Constituição brasileira prevê
eleição indireta. Mas eu não vejo tabu de modificar Constituição
em situação emergencial como esta para se dar a palavra ao povo. Em
democracia, isso é que é feito.”
Joaquim Barbosa |
“Eu
acho que o momento é muito grave. Caso ocorra a vacância da
Presidência da República, a decisão correta é essa: convocar o
povo”, disse o ex-ministro do Supremo.
Barbosa
afirmou que deveria ter havido eleição direta após o impeachment
de Dilma Rousseff. “Deveria ter sido tomada essa decisão há mais
de um ano, mas os interesses partidários e o jogo econômico é
muito forte e não permite que essa decisão seja tomada. Ou seja,
quem tomou o poder não quer largar. Os interesses maiores do País
são deixados em segundo plano”, disse.”
Fonte:
Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é sempre bem-vinda!